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24/Jul/2024

Usina São José: morte de peixes no Rio Piracicaba

A Defesa Civil de São Paulo prossegue nesta semana com uma operação de retirada dos peixes mortos no Rio Piracicaba, no interior do Estado. O despejo de uma substância poluente no rio causou a morte de cerca de 50 toneladas de peixes entre os dias 7 e 15 deste mês. Até o dia 22 de julho, 36 toneladas haviam sido retiradas. A maior mortandade foi na região do Tanquã, reserva ambiental conhecida como Mini Pantanal Paulista. No dia 19 de julho, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou em R$ 18 milhões a Usina São José, apontada como responsável pela poluição. O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar o caso. A empresa afirma que não foi comprovada responsabilidade pelo despejo e diz colaborar com a investigação. Segundo estimativa da Cetesb, morreram ao menos 235 mil espécimes nativas em decorrência da poluição. A agência informou ter identificado o elo direto entre o extravasamento de resíduos da cana-de-açúcar na Usina São José e a morte dos peixes.

A substância poluente resulta do processo industrial e do melaço da cana-de-açúcar utilizado na fabricação de açúcar e álcool. O montante da multa foi agravado pelo alto volume de peixes mortos e pelo atingimento de área de proteção ambiental. O órgão estadual vai estabelecer exigências técnicas e medidas corretivas a serem adotadas pela usina. Com o extravasamento na usina, no dia 7 de julho, as águas residuárias com mel de cana-de-açúcar, substância densa e de difícil diluição, foram arrastadas para o Ribeirão Tijuco Preto, afluente do Piracicaba. A água ficou ácida e a carga orgânica foi levada até o Rio Piracicaba, reduzindo o nível de oxigenação da água a zero e inviabilizando a vida aquática. A poluição foi arrastada por 60 quilômetros. Depois disso, se acumulou no Tanquã, onde causou outro grande evento de mortandade no dia 15 de julho. A Cetesb usou imagens de satélite e recolhidas por drones para quantificar o número de peixes mortos e realiza tratativas para a retirada das carcaças, objetivando interromper a contaminação do local.

Uma força-tarefa que reúne outros órgãos do governo, como a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, a Fundação Florestal, além da Cetesb, atuará em parceria com a prefeitura para remover os peixes mortos. A Usina São José diz que segue à disposição das autoridades e não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público. Em relação à Cetesb, a empresa está avaliando o teor da decisão, bem como seus eventuais desdobramentos. Por ora, cabe destacar que até o momento a empresa não recebeu evidências que demonstrem nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes registrada ao longo do Rio Piracicaba e no Tanquã. Segundo a empresa, termo de vistoria ambiental da Polícia Militar Ambiental de 8 de julho conclui não ter havido apontamento de danos ambientais no ato da vistoria. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.