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23/Jul/2024

Boi: sustentabilidade beneficia Fazenda Conforto

Um dos maiores confinamentos do Brasil, a Fazenda Conforto está comprovando que sustentabilidade pode ser um bom negócio. Após uma série de auditorias mediadas pelo Rabobank e a Produzindo Certo, a companhia foi contemplada com um aporte de US$ 5 milhões do fundo internacional AGRI3, que mobiliza capital público e privado em escala global para apoiar práticas agrícolas sustentáveis. O grupo, que fatura R$ 1 bilhão ao ano, tem uma unidade de 12 mil hectares em Nova Crixás (GO), onde está confinando 170 mil cabeças de gado este ano. Todos esses bovinos têm como destino o abatedouro da JBS, de Mozarlândia (GO). A Conforto tem ainda fazenda em Formoso do Araguaia (TO), com 5 mil hectares, onde pratica integração entre lavoura e pecuária. A empresa vê a sustentabilidade como sinônimo de produtividade.

Práticas como a rotação de culturas, plantio direto, integração entre lavoura e pecuária, agricultura regenerativa, fertirrigação, bioinsumos e outras medidas já faziam parte do dia a dia da Conforto. A governança é definida e transparente com o mercado. Isso facilita que a empresa seja vista e procurada por iniciativas sustentáveis. Considerando as práticas adotadas, o Rabobank identificou que a fazenda teria chance de conseguir o aporte do fundo AGRI3, em um processo que contou com auditorias nacionais e internacionais. O fundo foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) e pelo Rabobank, em parceria com a Iniciativa de Comércio Sustentável (IDH), e com o apoio do FMO, banco holandês de desenvolvimento empresarial. O aporte de US$ 5 milhões não dá ao fundo participação acionária na empresa.

A contrapartida da Conforto para receber o recurso foi a assinatura de um compromisso, garantindo que o grupo vai adotar ações sustentáveis pelos próximos 20 anos. A empresa assumiu compromissos ainda mais inovadores e ousados de sustentabilidade, principalmente em relação a 100% de rastreabilidade dos bovinos, inclusive de fornecedores indiretos, e como próximo passo a conquista de um selo internacional de bem-estar animal. Com os recursos do AGRI3, que já estão sendo utilizados na fazenda e devem ter a aplicação concluída ainda em 2024, o plano é finalizar toda a transformação das áreas de pastagem. Onde há capim braquiária, está sendo transformado em capim panicum, uma variedade com a qual é possível dobrar a quantidade de bovinos no mesmo espaço. Tal prática será realizada principalmente em uma área de 700 hectares. A medida deve elevar a produtividade da fazenda, aumentando a taxa de lotação de uma unidade de bovino por hectare para três por hectare.

Ao todo, a produtividade da pecuária na Conforto é de 150 arrobas por hectare, com a ajuda da terminação em confinamento. O número é 30 vezes superior à média brasileira, que é de 5 arrobas por hectare com maioria do gado a pasto. O tipo de capim adotado na transformação também permitirá a integração entre lavoura e pecuária em mais áreas do grupo. Atualmente, uma das unidades da fazenda já trabalha com soja, milho e gado bovino em rotação. O grupo informa que investiu cerca de R$ 40 milhões em práticas sustentáveis nos últimos dois anos, considerando mais de 4 mil hectares de reforma de pastagens, construção de 500 mil metros cúbicos de caixas de contenção de resíduos dos animais, plantação de mudas, reflorestamento, novos pátios de compostagem, estruturas de peneiração de adubo orgânico, trilha ecológica, entre outros. A empresa deve lançar em breve no mercado biofertilizantes com a marca Conforto. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.