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22/Jul/2024

Frango: China retomará compras do Brasil em 1 mês

Após a suspensão cautelar e temporária pelo governo brasileiro das exportações de produtos avícolas para uma série de mercados, o Ministério da Agricultura espera retomada das vendas à China em até um mês. A medida ocorre após a detecção de um foco isolado da doença de Newcastle em um aviário comercial no Rio Grande do Sul. O país asiático é o principal destino do frango brasileiro. A China é o mercado que mais preocupa, porque é preciso, pelo protocolo, suspender as vendas de todo o País, e ela responde por 11% das exportações brasileiras. Mas, as autoridades chinesas se comprometeram que, assim que receberem o relatório das medidas de erradicação e controle da doença tomadas tanto no local quanto no entorno, vão avaliar e levantar a suspensão em prazo de 15 dias a 30 dias. Esse relatório deve ser protocolado pelo Ministério da Agricultura junto à Administração Geral de Alfândega da China (GACC) nesta terça-feira (23/07). A suspensão cautelar das emissões de certificados de exportações pelo governo brasileiro cumpre exigência do protocolo bilateral assinado pelos países.

A retirada da suspensão depende da autoridade sanitária chinesa, o que é feito pela GACC. A China é o principal destino do frango brasileiro. No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou 276,1 mil toneladas de carne de frango para a China, com receita de US$ 600,9 milhões, com participação de 13% na receita e 11% no volume total embarcado. Para a União Europeia serão suspensas cautelarmente as exportações de produtos avícolas do Rio Grande do Sul, Estado onde foi identificado o foco de Newcastle. Inicialmente, as exportações de produtos avícolas de todo o País haviam sido bloqueadas para o bloco europeu. Após rápida atuação e interlocução do governo brasileiro, a União Europeia aceitou limitar a suspensão apenas ao Rio Grande do Sul. O protocolo foi reanalisado, o que permitiu esse detalhamento. A União Europeia representa 4% das exportações de carne de frango do Brasil por ano. A autorização para que o Brasil mantenha os embarques de produtos avícolas fora da área de emergência zoosanitária, estado em que se encontra o Rio Grande do Sul, foi enviada pela Comissão Europeia ao governo brasileiro na sexta-feira (19/07).

Para o Japão, outro importante consumidor da carne de frango brasileira, a suspensão da exportação de frango brasileiro foi limitada a um raio de 10 Km em relação ao ponto onde foi detectado o foco da doença. Esse é um avanço da recente regionalização acordada entre os países. A liberação do fluxo comercial vai depender da negociação bilateral e do entendimento de cada país. São os países importadores que liberam a retomada das vendas por meio do aceite da autoridade sanitária. A suspensão cautelar e temporária das exportações não trata-se de uma decisão unilateral do Brasil, mas sim está prevista nos protocolos sanitários com mais de 40 países. É isso que garante a confiança do importador no sistema de sanidade brasileiro. O Brasil tem acordos internacionais que obrigam a suspender a emissão dos certificados de exportação em algumas situações. É uma suspensão temporária até voltar à normalidade e prevista nos protocolos sanitários. O País está mostrando ao mundo que cumpre os protocolos, o que faz os países terem confiança nas medidas tomadas para retomar a emissão dos certificados. É isso que garante a credibilidade.

A suspensão cautelar foi adotada pelo Ministério da Agricultura para 44 países, em níveis diferentes, variando de embargo total a bloqueio de um raio de 10 Km, de acordo com cada acordo sanitário bilateral. O fato de o agronegócio brasileiro manter relações comerciais com cerca de 190 países minimiza os impactos dessas suspensões temporárias com alguns mercados. A doença de Newcastle é uma doença viral que afeta aves domésticas e silvestres e causa sinais respiratórios seguidos por manifestações nervosas. O Ministério da Agricultura confirmou a detecção do foco de DNC em um estabelecimento industrial de 14 mil aves em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul no dia 17 de julho. O estabelecimento avícola foi imediatamente interditado e não havia sintomas da doença em um raio de 10 Km do estabelecimento. Os últimos casos no País haviam sido registrados em 2006 em aves de subsistência em Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.