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22/Jul/2024

Frango: impacto limitado de embargos por Newcastle

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) avaliou que eventuais embargos por outros países à carne do País em função do registro de um caso da doença de Newcastle em granja do Rio Grande do Sul não ultrapassariam 60 mil toneladas. Mesmo se houver embargo imposto por outros países, o impacto será de 50 mil a 60 mil toneladas. Com a intenção de minimizar o impacto sobre a indústria, a produção mensal de carne de frango pelo Brasil é de 1,2 milhão de toneladas, sendo que 430 mil toneladas são destinadas à exportação. Ou seja, o efeito é em apenas 5% da produção brasileira de carne de frango. Então, mesmo no pior cenário, isso não irá mexer com o mercado brasileiro. A entidade, porém, evitou estimar qual será o impacto financeiro do embargo. O cálculo parte da avaliação de que eventuais embargos adotados por outros países não irão avançar além dos autoembargos anunciados nas últimas horas pelo Ministério da Agricultura.

O cálculo de impacto sobre exportação tem como base auto embargos anunciados, mas o impacto pode ser menor. Foi projetado um pior cenário, com base nas circulares do governo federal. Os embarques podem ser realizados por outros Estados, com o uso de corredores sanitários. A declaração aborda a possibilidade de alguns países adotarem embargos contra a produção brasileira, mas o governo federal se adiantou ao anunciar alguns auto embargos nas exportações. No principal deles, o Ministério da Agricultura suspendeu a exportação de carne de aves de todo o País para a China, após a detecção de um caso da doença de Newcastle em um aviário em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A suspensão cautelar é temporária. O governo também suspendeu as exportações de produtos avícolas do Brasil todo para Argentina e União Europeia. A comercialização de produtos avícolas e ovos do Rio Grande do Sul foi suspensa para 32 mercados.

Além disso, outros 15 mercados não receberão carne de frango e derivados produzidas no raio onde foi detectado a doença. Medidas de controle estão sendo adotadas após a confirmação de um foco da doença de Newcastle em granja de Anta Gorda (RS) e se concentram nas proximidades da área afetada. A ABPA frisou que algumas vezes que se trata de um caso isolado e que não afeta a população. Um raio de contenção de 3 Km será estabelecido ao redor do foco do surto, com um raio de vigilância adicional de 10 Km. Dentro desses limites, as autoridades irão monitorar todas as propriedades, incluindo granjas de fundo de quintal, para verificar a presença de sinais clínicos da doença. As autoridades brasileiras estão realizando um inquérito epidemiológico para identificar e testar propriedades dentro do raio de vigilância. Todas as propriedades são visitadas pelo Ministério da Agricultura, pela Secretaria da Agricultura e pelas inspeções municipais, com testes sendo realizados aleatoriamente para assegurar que a zona de vigilância esteja livre da doença.

Essa abordagem visa garantir a segurança sanitária e permitir que outras áreas do Estado continuem exportando seus produtos. Nenhum país comunicou à ABPA que adotará embargos, mas alguns auto embargos foram determinados pelo Ministério da Agricultura. O Rio Grande do Sul pode continuar a vender para alguns lugares que aceitam carne fora do raio de 10 Km do achado de Newcastle. Alguns auto embargos na exportação de carne de frango e outros produtos de aves, anunciados pelo governo federal poderão ser levantados após conversas com os países. O governo tem consultado países a respeito do auto embargo que está sendo adotado. Alterações estão sendo feitas rotineiramente pelo Ministério da Agricultura, podendo ser ampliadas ou reduzidas as suspensões e que uma revisão poderia ser adotada para a União Europeia, com a redução para o raio afetado, de 10 Km. Até o momento estão suspensos embarques de carne fresca de aves, produtos à base de carne de aves e produtos não tratados derivados de sangue aos países do bloco europeu.

Os Emirados Árabes Unidos, principal destino da carne de frango do Rio Grande do Sul, teria aceitado a definição de um raio de apenas 10 Km da propriedade afetada, o que reduziria o impacto sobre os embarques da proteína. A ABPA também citou a possibilidade de empresas redirecionarem suas exportações a partir de outras plantas habilitadas em Estados que estejam livres dos autoembargos impostos em função da detecção de um foco da doença de Newcastle. Para isso, mencionou a possibilidade de criação de corredores sanitários para facilitar a movimentação de produtos em condições seguras, permitindo que a carne produzida no Rio Grande do Sul seja consumida em outros mercados. Além disso, defendeu que as exportações brasileiras de carne de frango podem ser redirecionadas para outros mercados não incluídos no autoembargo, como Vietnã, Filipinas e Hong Kong. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.