ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Jul/2024

Frango: Newcastle pode afetar exportação brasileira

O caso de Doença de Newcastle em uma granja no Rio Grande do Sul ligou o alerta no mercado. Quedas nas ações dos frigoríficos na B3 são um importante sinal de que os investidores estão preocupados com as possíveis consequências para a avicultura brasileira. Para analistas, a preocupação tem fundamento: há risco de embargo à carne de frango por alguns países importadores e, em consequência, queda nos preços. Segundo o Itaú BBA, não houve nenhuma declaração oficial indicando potencial paralisação de vendas externas neste momento, mas a percepção de risco para os exportadores brasileiros de frango pode ser impactada.

O último surto da doença ocorreu em 2006 e, no período, o Brasil sofreu algumas paralisações de embarques regionalizadas, restritas aos Estados onde a doença estava presente. Considerando a elevada patogenicidade da doença, é possível que alguns importadores implementem protocolos semelhantes aos observados nos surtos mais recentes de gripe aviária. Se alguns importadores decidirem restringir as exportações brasileiras de frango como medida preventiva, as operações da BRF e da Seara provavelmente serão afetadas por um cenário de excesso de oferta nos mercados domésticos. A notícia também é negativa para a Marfrig, já que a empresa está indiretamente exposta ao mercado avícola por meio de sua participação no capital da BRF.

A XP Investimentos ressaltou que nem a BRF nem a Seara (unidade de aves da JBS) têm fábricas no município de Anta Gorda (RS), onde o surto foi relatado. Portanto, nenhuma das empresas listadas na B3 foi diretamente afetada por este foco da doença. A BRF tem três plantas de aves no Rio Grande do Sul, enquanto a Seara tem apenas uma. A unidade da BRF mais próxima está localizada a, aproximadamente, 55 Km do local do ocorrido. A da Seara, a cerca de 80 Km. O setor avícola está passando por um ciclo forte, refletindo custos mais baixos e forte demanda nos mercados doméstico e externo.

No entanto, para a XP, a principal preocupação dos investidores é o aumento da oferta devido às margens positivas, o que poderia fazer com que os preços da carne de frango caíssem. O forte momentum das exportações tem sido crucial para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda. Dada a representatividade do Rio Grande do Sul (10,5% da produção do Brasil em 2023; 14,8% das exportações) e a possível suspensão temporária das exportações, há um risco crescente para o cenário equilibrado mencionado acima, especialmente após as recentes indicações de que os embarques no Brasil em julho poderiam aumentar para 615 milhões de cabeças. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.