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18/Jul/2024

Boi: disponibilidade recorde de carne no 1º semestre

O mercado doméstico teve no primeiro semestre deste ano disponibilidade recorde de carne bovina. Os preços do boi gordo e das demais categorias refletiram essa oferta. Na primeira quinzena de julho, nota-se diminuição do volume de bois prontos para o abate e certo aumento do consumo doméstico, condições que resultam em recuperação dos preços. O volume de carne disponível no mercado brasileiro no acumulado de janeiro a junho superou em 14,43% o do mesmo período do ano passado, totalizando cerca de 3,58 milhões de toneladas de carne bovina, uma marca histórica. Nos últimos anos, houve forte incremento da produção brasileira, advindo de variados investimentos feitos desde 2020. Os resultados são patamares recordes de produção e de produtividade. No acumulado de janeiro a junho de 2024, estima-se que a produção de carne bovina tenha sido 17,7% superior à registrada no ano passado, também recorde para o período.

Em São Paulo, no atacado, o reflexo se dá na redução dos preços. Em julho, a carcaça casada de boi está 7,65% mais barata que em janeiro (deflacionada pelo IGP-DI junho/2024), com a média deste mês a R$ 16,07 por Kg. Na comparação com julho de 2023, a baixa é de 9,21%. Diante da maior oferta nos últimos meses e preços em queda, a indústria e o varejo podem ter formado algum estoque. Conforme a Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa, RDC 216/04, em refrigeração de 5°C, a carne se mantém devidamente conservada por até 120 dias e, se congelada, por até dois anos. Após o descongelamento, se comercializada a vácuo, a validade é de três dias. O ponto de equilíbrio nesse mercado continua sendo a exportação, que também cresceu bastante. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 2024, até o final de junho, foram embarcadas 1,29 milhão de toneladas, volume 27,1% acima do recorde anterior, de 2023.

A alta competitividade da carne brasileira no cenário internacional é favorecida por custos competitivos e pelo câmbio. Na parcial de julho (até o dia 12), dados da Secex mostram que os embarques diários tiveram média de 10,958 mil toneladas, totalizando 109,58 mil toneladas. Mantendo-se esse ritmo, pode ser batido um novo recorde mensal, superior a 250 mil toneladas. Em junho, a média diária se limitou a 9,628 mil toneladas, e o volume foi de 192,6 mil toneladas. Pelo lado importação, houve recuo de 8,67% na comparação com o primeiro semestre do ano passado, sendo adquiridas apenas 22,45 mil toneladas. Em São Paulo, no atacado, os preços da carcaça casada bovina avançam 1,45% no acumulado do mês, passando para R$ 16,11 por Kg. De junho para julho, a média mensal registra alta de 2,2%. No segmento de bovinos para abate, o Indicador do Boi CEPEA/B3 apresenta recuperação de 2,33% na parcial deste mês, voltando à casa dos R$ 230,00. A baixa oferta de bois a pasto é o principal motivo dos reajustes positivos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.