17/Jul/2024
A multiplicação de negócios no agro brasileiro passa por atividades como o monitoramento de peixes e camarões. A startup Meu Pescado, criada há três anos, não só tem aproveitado o crescimento da produção de pescados no Brasil como acaba de receber um aporte de R$ 2 milhões para acelerar sua expansão. Os fundos Aimorés Investimentos, de São Paulo, e Incubate Fund, do Japão, lideraram a rodada de investimento, que teve ainda dois investidores-anjo. Com operações em todos os Estados, a Meu Pescado oferece serviço de controle operacional em diferentes tipos de tanques de criação. Como parte dos planos de expansão, a startup já conversa com potenciais clientes no Paraguai e prevê fechar, este mês, negócios na Bolívia e Costa Rica.
A startup usa uma ferramenta digital que agrega informações sobre a criação de pescados, como características do tanque, tipo de cultivo e espécie criada. Ração consumida, doenças, taxas de crescimento de peixes e camarões e qualidade da água são os aspectos mais relevantes que a companhia consegue monitorar. Com a fazenda “espelhada” no aplicativo, os engenheiros de aquicultura e zootecnistas da startup analisam os dados para orientar os produtores. Estes podem acessar as informações em um programa para computadores e em um app de celular que, para driblar falhas de conectividade, comuns no meio rural, funciona sem internet. Na piscicultura, a maior dificuldade é a falta de conhecimento, tanto sobre a produção quanto no acesso à tecnologia.
A Meu Pescado faz um papel educacional para os produtores. Com os recursos que levantou na rodada de investimento, o foco principal da agtech é ampliar sua base de clientes. A meta da empresa é quadruplicar o número de produtores que ela atende, elevando a base de 250 para mil clientes. Hoje, a maior parte da clientela são produtores de camarão vannamei da costa da Região Nordeste e criadores de tilápia do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. A startup quer quadruplicar o número de produtores que atende, de 250 para mil. A empresa também vai investir em seu marketplace, que faz a ponte entre produtores e compradores, como frigoríficos e centrais de abastecimento. A Polinutri, que desenvolve produtos para a nutrição e saúde animal, é uma das clientes da agtech. Na base de clientes, a Meu Pescado tem produtores com 20 anos de profissão que conseguiram um aumento na produção de até 40%.
A startup acredita que a piscicultura tem potencial para dominar boa parte do mercado de proteína animal no Brasil. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 65% da produção nacional. Entre 2014 e 2023, a produção brasileira de peixes aumentou 53,2%, passando de 578,8 mil toneladas para 887 mil toneladas. Hoje, a demanda pelo serviço da empresa é dividida meio a meio entre produtores de peixe e de camarão, mas quando o número de clientes crescer, a tendência é que isso mude. Existem mais produtores de peixe, é natural que a demanda seja maior nesse grupo. Além de buscar mais clientes, a startup vai investir em seu marketplace. Hoje, a plataforma tem de 20 a 50 compradores fixos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.