15/Jul/2024
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), diante da guerra de narrativas pela paternidade da inclusão das carnes na cesta básica com imposto zero e o seu suposto impacto na inflação, o cenário pode não ser bem assim. Essa desoneração pode acabar se tornando um mecanismo de recomposição de margens por parte dos produtores. Precisaria fazer uma análise muito detalhada sobre como isso iria chegar ao consumidor. Dificilmente vai chegar integralmente para o consumidor final. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha predileção pela expansão do cashback. Ou seja, preferia que ao invés de zerar os impostos das carnes, que fossem devolvidos os valores dos tributos às famílias cadastradas nos programas sociais do governo.
Mas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já vinha fazendo a defesa das carnes na cesta básica. Mas, mais que qualquer medida tributária ou deliberação política, os preços das carnes respondem ao ciclo do boi. Isso significa dizer que, nos três anos seguintes a um abate disseminado de vacas, de matrizes, vai faltar boi acabado para abate. Como consequência, os preços vão subir. Ao término dos referidos três anos, voltando a oferta de carnes, os preços voltam a cair. Em ambos os casos não se poderá atribuir, positivamente ou negativamente, o movimento dos preços à zeragem dos impostos. Até porque, além da sazonalidade, os preços são livres no mercado de carnes. Daqui para frente devem surgir muitos estudos tentando antecipar o impacto da entrada das carnes na cesta básica sobre a inflação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.