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11/Jul/2024

Boi: exportação de carne para China continua firme

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no primeiro semestre de 2024, as vendas externas de carne bovina in natura atingiram o valor de US$ 5,68 bilhões. Esse resultado representa crescimento de 16,9% em relação ao mesmo período de 2023 e fica abaixo apenas do valor obtido no primeiro semestre de 2022. O forte desempenho das exportações foi puxado pelo aumento de 27% no volume embarcado, tendo em vista que os preços médios em dólar caíram 11,3%. Entre os principais compradores, a China se mantém, com folga, na liderança. Esse país foi responsável por 44% do valor total recebido pela carne bovina escoada pelo Brasil no primeiro semestre de 2024. No entanto, essa participação foi 10% abaixo da verificada no mesmo semestre de 2023.

Em relação ao volume exportado, a China também participou com quase 44% na parcial deste ano, com crescimento, neste caso, de 10% no quantum adquirido, mas os preços pagos (valor médio do semestre) caíram 12,4%. De fevereiro a abril de 2024, os volumes enviados para a China foram maiores que nos mesmos meses de 2023; a quantidade de abril chegou a superar em 149% a de um ano atrás, mas, nos últimos dois meses, justamente após a habilitação de novas plantas pela China, os volumes se reduziram. Outro destino importante foram os Estados Unidos, que mantiveram participação de 9% no valor total das vendas brasileiras, mesmo percentual do primeiro semestre de 2023. Os norte-americanos gastaram aproximadamente US$ 500 milhões nas compras da carne brasileira em 2024, 20% mais que há um ano.

O volume importado pelos norte-americanos também cresceu 20% neste primeiro semestre. O preço médio dessas compras se manteve estável frente ao do primeiro semestre de 2023. Em termos de aumento na participação, o destaque é para os Emirados Árabes Unidos, que adquiriram 7,3% do volume da carne brasileira exportada, contra 2,8% um ano antes. A participação dos Emirados na receita em dólar foi de 8% no semestre, e os preços pagos pelos produtos brasileiros avançaram 2%. Importante notar que o preço do boi gordo em dólar (Indicador CEPEA/B3 - média anual) seguiu o mesmo comportamento do valor médio anual pago aos exportadores brasileiros da carne bovina. Entre 2018 e 2020, se mantiveram estáveis; apresentaram forte alta entre 2020 e 2022 e, desde então, registram queda.

Para o exportador brasileiro, os preços em dólar (média do semestre) caíram 11% no comparativo com o primeiro semestre de 2023, mas a desvalorização do Real de 10% amenizou a perda. Além disso, o valor mais alto do dólar frente à moeda brasileira tem o efeito de aumentar a competitividade do produto brasileiro frente a concorrentes. Para os próximos meses, como já é habitual, vale acompanhar a demanda chinesa. Caso a retração das compras desse país nos últimos dois meses tenha sido apenas sazonal, pode haver, então, aumento importante nos embarques para a China ao longo deste semestre. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.