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09/Jul/2024

Boi: desempenho das exportações de bois vivos

A exportação de gado vivo no Brasil está crescendo, desde 2010 atendeu a 41 países, com 6,5 milhões de cabeças. Com a pandemia a exportação de bovinos vivos caiu ao menor nível em 2021, quando foram embarcadas 62 mil cabeças, um dos poucos segmentos do agro nacional prejudicado pela pandemia (USDA). Além da pandemia, os entraves logísticos caracterizaram o período, como o aumento do custo do frete marítimo, que é o principal modal de exportação dos bovinos vivos. Esse aumento fez com que os importadores optassem pelos rebanhos de regiões próximas. A elevação nos preços da arroba do boi foi outro fator de retração, pois as boiadas ficaram menos competitivas no mercado internacional durante este período. Foram três anos consecutivos de queda. Entretanto, a recuperação da exportação é notável. Em 2022, foram exportadas 194,8 mil cabeças, com faturamento de US$ 191,746 milhões.

Em 2023, o volume de gado vivo exportado aumentou 298,9%, e o faturamento aumentou 254,2%, quando comparado a 2022. Foram embarcadas cerca de 582,2 mil cabeças, com faturamento de US$ 488,6 milhões (Secex). Até maio deste ano, o Brasil exportou cerca de 219 mil cabeças, um aumento de 28,7% quando comparado ao mesmo período de 2023. O faturamento está em US$ 178,6 milhões, aumento de 40,3%, na mesma comparação. O Pará foi o principal exportador, responsável por 40% do mercado em 2023. Destaque para São Paulo, cuja exportação em 2023 foi de 120 mil cabeças. Esse desempenho nacional pode estar associado à cotação da arroba do boi gordo no mercado interno, uma das mais baixas registradas nas séries históricas. Em 2024 a dinâmica dos principais estados exportadores não mudou. O Pará segue como principal exportador, responsável por 64% do mercado em 2024, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 28%, e São Paulo, com 0,6%.

Em 2023, nosso principal comprador foi a Turquia, com cerca de 369,5 mil cabeças importadas, seguido pelo Iraque (52,9 mil cabeças), Líbano (51,5 mil cabeças), Egito (49,1 mil cabeças) e Jordânia (28,9 mil cabeças). Em 2023, o Pará exportou cerca de 236 mil cabeças e faturou US$ 230,1 milhões. Para a Turquia foram cerca de 65 mil cabeças, para o Líbano, 45 mil, e 44 mil para o Iraque, principais compradores de gado vivo do Brasil nos últimos anos. Neste ano, até maio, o Estado exportou cerca de 141 mil cabeças, com um faturamento de US$ 178,6 milhões. Exportou cerca de 60 mil cabeças para o Iraque, aumento de 37,7% quando comparado ao ano de 2023. Para a Arábia Saudita, foram embarcadas cerca de 18,2 mil cabeças, aumento de 466% comparado a 2023, quando foram embarcadas cerca de 3,2 mil cabeças. No Rio Grande do Sul, em 2023, foram embarcadas cerca de 194,7 mil cabeças, com um faturamento de US$ 137,6 milhões.

Em 2024, os embarques estão com um faturamento de US$ 43,0 milhões e 62,4 mil bovinos exportados. Quando comparado a igual período (janeiro/2023-maio/2023 versus janeiro/2024-maio/2024), neste ano (2024) o faturamento está 28% menor. O estado de São Paulo em 2023 embarcou cerca de 119,9 mil cabeças e teve um faturamento de US$ 100,7 milhões. Em 2024, os embarques estão com um faturamento de US$ 2,5 milhões e 1,3 mil bovinos exportados. Quando comparado a igual período (janeiro/2023-maio/2023 versus janeiro/2024-maio/2024), neste ano (2024) o faturamento está 93% menor. Majoritariamente as exportações de gado vivo de São Paulo até o momento foram destinadas para a Turquia (99,3%). Na sequência estão China (0,3%), Senegal (0,2%), Costa do Marfim (0,04%), Congo (0,03%), Panamá (0,03%), e Emirados Árabes Unidos (0,01%). Até o momento, o Brasil exportou bovinos vivos para cerca de 13 países.

Até maio/2024, o Iraque comprou cerca de 79,7 mil cabeças, com um faturamento de US$ 70,5 Milhões. Na sequência está a Turquia, com 35,7 mil cabeças e faturamento de US$ 24,0 Milhões. Em 2023, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em setembro/2023, a expectativa era de que fossem exportados cerca de 375 mil cabeças. Essa projeção foi superada. No último relatório do USDA, publicado em março de 2024, a expectativa é de que sejam exportadas cerca de 475 mil cabeças de gado em 2024, representando uma queda de 18,5% em relação a 2023. A expectativa para 2024 diminuiu em comparação com 2023 devido à imposição de restrições comerciais pelo principal importador do Brasil, a Turquia, que estabeleceu uma cota de 600 mil cabeças em janeiro de 2024. Em 2023, o Brasil exportou aproximadamente 370 mil bovinos vivos para a Turquia, o que corresponde a 61,7% da cota estabelecida.

Isso indica que ainda há espaço para crescimento dentro dessa imposição. A dinâmica do mercado continua a mudar constantemente e, apesar das restrições, será que o Brasil não superará novamente as projeções? Comparando os períodos de janeiro a maio de 2023 com janeiro a maio de 2024, o Brasil já exportou, em média, cerca de 40,3% mais bovinos vivos. Além disso, o faturamento aumentou 28,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Até maio de 2024, a Turquia comprou apenas 13,3% da cota estabelecida. Por outro lado, comparando o acumulado de 2023 com o de 2024, o Iraque aumentou a importação em 66,4%, números estes que sugerem um potencial de crescimento ainda maior para as exportações brasileiras. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.