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04/Jul/2024

Boi: relação de troca por insumos favorece confinador

A diminuição de bois prontos para o abate, a baixa disponibilidade de pastagem neste período do ano e o dólar valorizado têm ajudado a sustentar os preços do boi gordo neste começo de segundo semestre. E essa melhora, ainda que discreta, favorece relações de troca importantes do ponto de vista de confinadores, tradicionalmente os principais ofertantes do segundo semestre. Em 2023 e neste ano, os confinamentos devem representar 21% da oferta de bois para abate ao longo do ano; no comparativo com o volume de carne produzida, a participação sobe para 26%. O ânimo para reforçar ou não os piquetes de confinamento têm bastante influência dos preços de insumos, como boi magro e milho, além do norteamento de receita dada pelo mercado futuro.

Neste quesito, as negociações na B3 apontam valores 6,5% maiores que os atuais para Outubro/2024 e cerca de 10% acima para Novembro/2024 e Dezembro/2024. Combinada a esta sinalização positiva, a relação de troca do boi gordo por boi magro está em patamar relativamente favorável, na casa de 1,4 neste início de julho (região de Presidente Prudente – SP). O preço do boi magro está em tendência de queda desde fevereiro de 2021, perdendo, desde então, 41,1% do seu valor em termos reais. O boi gordo apresenta a mesma tendência, iniciada em março/2021, mas acumula baixa de 34,5% desde então. O boi magro representa entre 60% e 70% do custo para se obter um boi gordo em confinamento.

Para o milho, a relação neste começo de mês também pode ser considerada positiva. Tomando-se como base o preço médio do boi gordo em São Paulo e o Indicador ESALQ/BM&F do cereal (Campinas - SP), 1 Kg de boi gordo equivale a 15,85 Kg de milho. Em janeiro, esta relação esteve em apenas 14,90 Kg de milho e, em junho, em 15,10 Kg de milho. No comparativo das médias mensais, o Indicador do milho esteve em R$ 57,02 por saca de 60 Kg em junho, valor 13,5% menor que o de janeiro (em termos reais, deflacionado pelo IGP-DI). No mesmo comparativo, o preço médio do boi gordo em Sã Paulo se desvalorizou 12,4%, com a média indo para R$ 220,70 por arroba.

Analisando-se o mercado futuro tanto do boi gordo como do milho, nota-se tendência de melhora da relação de troca do ponto de vista do confinador. Com base nos ajustes na B3, agora em julho, a relação chegaria a 16,4 Kg de milho por 1 Kg de boi gordo. Para setembro, a indicação é de 15,5 Kg de milho por 1 Kg de boi gordo e, para novembro, de 15,4 Kg de milho. Em síntese, dados os custos elevados da estrutura de confinamento, a rentabilidade baseada em escala e os parâmetros de preços do boi gordo e dos principais insumos neste início de semestre, confinadores podem se animar para produzir um pouco mais que no ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.