25/Jun/2024
O consumo de sebo está crescendo em função do aumento no teor de biodiesel no diesel (B14) e com o aumento considerável da exportação. A fabricação de biodiesel e a indústria de higiene e limpeza são os principais destinos do sebo bovino. Na produção de combustíveis renováveis e de baixo carbono, o sebo é consumido na produção de biodiesel, bioquerosene e diesel verde, compondo, com a cana-de-açúcar, milho, soja, etc., uma gama de opções interessantes. Como a gordura animal vira biocombustível? Essa transformação ocorre por meio de um processo químico conhecido como esterificação de ésteres e ácidos graxos, onde os óleos naturais, como os encontrados em plantas ou gorduras animais, são transformados em biodiesel. Isso acontece quando esses óleos reagem com álcoois na presença de um catalisador. O resultado é um combustível menos poluente e renovável, que pode ser usado em motores de veículos e de geradores substituindo os combustíveis fósseis.
Esse combustível é favorável ao ambiente, é limpo e de menor impacto ambiental. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço do sebo bovino no Brasil Central está cotado em R$ 4,40 por Kg à vista e livre de impostos. Já a cotação no Rio Grande do Sul está apregoada em R$ 4,50 por Kg, nas mesmas condições. A oferta de sebo bovino está ligada ao abate de bovinos. Nos primeiros seis meses de 2024, com o aumentou do descarte/abate de fêmeas e, posteriormente, com a seca e a necessária redução da taxa de lotação das pastagens, a oferta de boiadas aumentou no começo de junho. Para o primeiro trimestre de 2024, estimamos que o setor tenha produzido 241.852 toneladas de sebo. Deste volume, estima-se que 115 mil toneladas foram consumidas pelo setor de biodiesel. Com a expectativa de aumento da produção de biodiesel para 2024, a demanda por sebo bovino também deverá crescer.
O volume de sebo bovino exportado em 2024 (até maio) foi de 124,1 mil toneladas, quase três vezes mais que o registrado em 2023 (até maio), cujo desempenho foi de 40,9 mil toneladas. Com um faturamento de US$ 122.459.371,00. Os principais destinos foram Estados Unidos, África do Sul, China e Egito. A fatia brasileira na importação norte-americana foi de 23% em 2023. E, no primeiro quadrimestre deste ano, cresceu para 40,0%. As compras norte-americanas aumentaram de 29,6 mil toneladas para 115,0 mil toneladas. A importação do sebo bovino, gordura processada, clareada e endurecida subiu 377% nos primeiros quatro meses de 2024 em relação a 2023. A expectativa é a de que o coproduto ganhe mais espaço no mercado, devido às políticas de incentivo a combustíveis renováveis. Para os preços, em curto prazo, há boa oferta de boiadas, o que poderia pressionar os preços, contudo, a procura está aquecida, o que limita a pressão de baixa. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.