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28/Ago/2019

Suíno: China busca diversificação de fornecedores

A estratégia que vem sendo adotada pela China na importação de proteína animal é a diversificação de fornecedores. A China é um grande negociador e não está querendo passar a impressão de que está numa situação crítica para não ter de pagar mais caro pela carne importada. A peste suína africana (PSA) já dizimou milhões de suínos no país asiático. A carne suína é a principal fonte de proteína animal dos chineses, com cerca de 70% do consumo do país. Assim, o que o mercado percebe é que a China tem adquirido muita carne da Austrália, do Brasil e da Europa ultimamente, e até dos Estados Unidos, apesar da guerra comercial. Embora em 2018 as compras chinesas dos norte-americanos tenham regredido, neste ano avançaram novamente. Não é possível saber o que vai acontecer a partir de 1º de setembro, quando a China deve suspender totalmente as aquisições dos Estados Unidos por causa da disputa comercial. O fato é que a China não quer depender de um só fornecedor.

É possível que, em breve, as compras chinesas devam se intensificar e beneficiar mais ainda o Brasil, em função da queda dos estoques internos da proteína. No início da crise da peste suína africana, a China abateu os suínos mais afetados pela doença e também os não doentes, cuja carne (apenas dos não afetados) tem sido consumida até agora. Mas, os estoques da proteína no país asiático estão dando sinais de que estão se esgotando, tendo em vista a alta do preço da carne suína no mercado chinês. O sinal de que as compras chinesas se voltarão com mais força para o Brasil deve vir com a habilitação de novos frigoríficos de aves, suínos e bovinos que estão na lista enviada para a China pelo Ministério da Agricultura brasileiro. Essa habilitação, entretanto, não tem previsão de data. Antes, o mercado achava que seria em maio, com a viagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à Ásia, depois, em junho, na reunião do G-20, o que também não aconteceu.

Em junho, o Brasil enfrentou um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), ou doença da vaca louca, em Mato Grosso, o que fez com que o governo brasileiro unilateralmente suspendesse os embarques de carne para a China por 13 dias. Desde esse episódio, parece que a negociação regrediu, mesmo com os frigoríficos de bovinos, suínos e aves já vistoriados pelos chineses, inclusive por videoconferência, no caso daqueles abatedouros de suínos e aves. Entretanto, o cenário é positivo para o setor de carnes no Brasil e ficará ainda melhor com a habilitação das novas plantas pela China. Os frigoríficos estão preferindo deixar essa expectativa de lado, dada a incerteza em relação à atitude da China, e apostando na ampliação de unidades já habilitadas para o gigante asiático. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.