21/Jun/2024

O Itaú BBA avaliou que a investigação antidumping da China contra a carne suína da União Europeia pode beneficiar os exportadores brasileiros de proteína, principalmente a BRF. No entanto, o mercado já pode ter precificado essas expectativas, e os efeitos futuros dependerão do andamento da investigação. As ações das empresas brasileiras de proteína, como BRF, JBS e Marfrig, apresentam desempenho superior ao do Ibovespa nesta semana, o que seria efeito da notícia sobre a investigação.

A BRF, em particular, poderia emergir como a principal beneficiária devido à sua significativa exposição à carne suína e possíveis impactos indiretos positivos nas exportações de frango. JBS e Marfrig também devem se beneficiar, embora em menor grau, devido à plataforma diversificada da JBS e à exposição limitada da Marfrig à carne suína. O Ministério do Comércio da China iniciou uma investigação antidumping sobre as importações de carne suína da União Europeia (UE).

Essa ação ocorre após queixa apresentada pela empresa estatal China Animal Husbandry Group e surge logo após a União Europeia anunciar tarifas sobre veículos elétricos chineses. A investigação, focada nas importações de carne suína durante o ano fiscal de 2023, pode durar até junho de 2025, com possibilidade de prorrogação por mais seis meses. Enquanto isso, não são esperadas mudanças nas exportações atuais da União Europeia.

Ainda é incerto se as alegações resultarão em medidas antidumping ou mudanças significativas no fluxo comercial global de carne suína. No entanto, um cenário de medidas antidumping poderia aumentar as expectativas para as exportações brasileiras de proteína. O Brasil é o maior exportador de carne suína para a China, com 26% do volume total. Além das exportações de carne suína, outros tipos de proteína, como carne bovina e de frango, também poderiam ter aumento da demanda devido a uma oferta mais restrita de carne suína na China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.