ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Jun/2024

Suíno: tensões UE-China podem favorecer o Brasil

As tensões comerciais entre China e União Europeia (UE) ganharam um novo ingrediente na segunda-feira (17/06), com a investigação antidumping que os chineses iniciaram sobre as importações de carne suína do bloco europeu. Caso os embarques da proteína europeia sejam afetados, as vendas brasileiras para a China podem ser impulsionadas para preencher essa lacuna. A medida da China contra a União Europeia veio menos de uma semana após o bloco europeu anunciar tarifas sobre os veículos elétricos chineses, e afeta principalmente os fornecedores de carne suína da Espanha, Holanda, Dinamarca, Alemanha e Bélgica.

A Espanha é o maior exportador da proteína ao mercado chinês. Esses volumes de carne da União Europeia enviados para a China não têm uma tendência muito clara de que serão substituídos pela produção local chinesa e sim pelos demais exportadores, que são o Brasil, Estados Unidos e até mesmo o Chile, além de outros países sul-americanos. Principal importador de carne suína do Brasil, a China foi destino de 111,4 mil toneladas do produto brasileiro entre janeiro e maio de 2024, mas esse número é 36,7% menor do que o total embarcado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em meio a este cenário de recuo na comercialização para a China, seria possível recuperar um pouco dos volumes que deixaram de ser enviados pelo Brasil. Outra consequência da investigação antidumping é uma reação nos valores da carne suína praticados no mercado internacional. Já se na China alguma demonstração de recuperação de preços. A ABPA afirma que o país acompanha com atenção a situação entre as autoridades chinesas e os exportadores de carne suína europeus. Como player do setor e parceiro das nações em questão, o Brasil espera que seja construída uma relação equilibrada para ambas as partes.

A agência de notícias Dow Jones informou, com base em um anúncio do Ministério do Comércio da China, que a investigação contra a União Europeia se concentraria nas importações de carne suína ocorridas em 2023 e duraria até um ano, embora pudesse ser estendida por seis meses. A medida responde a uma demanda do setor que questionou o ministério chinês citando que, nos últimos anos, a União Europeia tem enviado grandes quantidades de carne suína e subprodutos suínos a preços baixos à China, impactando a indústria e os produtores locais. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.