13/Jun/2024

Ainda sob influência do volume ofertado e de escalas alongadas, o mercado de boi gordo se mantém em ritmo lento. Na maioria das regiões, têm ocorrido quedas ou estabilidade nos preços. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, os valores registram queda, sendo a maior delas verificada na região do Pantanal, de 3,42% nos últimos sete dias, com o boi negociado à média de R$ 205,23 por arroba. O preço médio do boi gordo em São Paulo apresenta recuo de 0,28% nos últimos sete dias, negociado a R$ 216,00 por arroba. Pecuaristas com bois a pasto até se mostram esperançosos de que a tendência venha a mudar e, por ora, concentram seus esforços em resistir o quanto podem aos valores dia a dia menores oferecidos pela indústria. Para confinadores, os patamares negociados são maiores, mas, de modo geral, a pressão sobre as cotações também é intensa.

No mercado futuro de boi gordo da B3, todos os próximos vencimentos estão acima do verificado no spot atual, com ajustes em torno de R$ 223,00 por arroba para junho e chegando em aproximadamente R$ 248,00 por arroba para dezembro/2024. No segmento de fêmeas, o abate de novilhas no primeiro trimestre deste ano foi significativamente superior ao do primeiro trimestre de todos os anos anteriores. O ciclo dos investimentos em 2020/2021 (em genética, nutrição, retenção de matrizes) se refletiu no aumento de oferta a partir de 2022/2023 e em queda nos preços principalmente em 2023/2024, com a maior disponibilidade de bois para o abate.

As condições climáticas também fomentaram as vendas. A carne de novilhas tem boa aceitação tanto no mercado doméstico quanto externo, e os frigoríficos se interessam mais por essa categoria do que por vacas de descarte, favorecendo a sua escala de abate. Nesse sentido, se tornam melhor opção para os pecuaristas que precisam “fazer caixa”. Esse quadro de desvalorização da vaca abre a oportunidade para aqueles que querem reforçar o rebanho de cria. Além do preço mais baixo, a vaca obtém melhor índice de reprodução do que a novilha.

Em algumas regiões, as ofertas de fêmeas, principalmente vacas, têm ocorrido também para liberação de área para cultivos de eucalipto. Em geral, os preços de fêmeas apresentam certa estabilidade, com variações diárias pouco significativas, diferentemente do que ocorre com os machos. As negociações de boi magro, por sua vez, seguem com baixa liquidez. O tempo seco, a falta de pastagens e a desvalorização do boi gordo inibem a compra. Reposição com bezerro, em muitos casos, já foram feitas em maio, arrefecendo o interesse neste mês. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.