28/May/2024
A indústria de proteína animal do Rio Grande do Sul quer linhas especiais de crédito para recuperação e retomada do setor no Estado, atingido pelas fortes enchentes deste mês. O pleito é por apoio financeiro da União para reconstrução do parque fabril. O pedido foi feito nesta segunda-feira (27/05) por representantes do setor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula recebeu no Palácio do Planalto a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), em reunião acompanhado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Favaro. A reunião organizada por Fávaro foi voltada a discutir a situação do setor de proteína animal no Rio Grande do Sul.
A reivindicação da indústria é por linhas especiais de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para limpeza, retomada e reconstrução de plantas, com juros baixos e prazo de pagamento longo. Além disso, a indústria de carnes também solicita ao governo alongamento das dívidas já contratadas em virtude do menor faturamento e giro neste momento emergencial. Não há capacidade de reinvestimento e amortização ao mesmo tempo. As indústrias querem também garantia do acesso às condições especiais por empresas de todos os portes, das pequenas às grandes. A ideia é que os grandes frigoríficos sejam incluídos na linha de crédito que o Ministério da Fazenda prepara para socorrer grandes empresas do Estado e que pode passar de R$ 10 bilhões. Do lado do governo, haverá o pedido para indústrias de proteína animal reforçarem a doação de carnes para cestas básicas.
O setor de proteína animal do Rio Grande do Sul calcula o impacto das enchentes nas operações, com frigoríficos ainda operando parcialmente, inundados ou com capacidade de abate reduzida pela dificuldade na movimentação do rebanho. Algumas granjas e aviários também relatam perda completa dos plantéis. O Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pelas enchentes, é um importante polo produtor de aves e carne suína. A agropecuária é o setor econômico privado com mais perdas financeiras levantadas em virtude das enchentes no Estado, somando R$ 2,945 bilhões, conforme estimativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Dos municípios que auferiram os prejuízos, R$ 2,7 bilhões estão relacionados à agricultura e R$ 245,4 milhões à pecuária. A indústria reportou R$ 267 milhões em prejuízos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.