23/May/2024
A XP Investimentos avaliou que a busca da Minerva Foods em adquirir plantas da Marfrig foi um movimento ousado e que poderá levar mais tempo do que o esperado para dar resultados, diante das adversidades enfrentadas para a sua concretização. A análise foi apresentada após a Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência, a autoridade antitruste do país, rejeitar o acordo no Uruguai. Depois de muitas notícias negativas em torno do negócio, mesmo que tudo corra como esperado com a aprovação do Brasil, a iminente virada do ciclo do gado e um ritmo lento de desalavancagem devem constituir uma barreira para a tese de investimento.
Em agosto do ano passado, a Minerva anunciou a intenção de adquirir 16 unidades da Marfrig na América Latina, incluindo três plantas no Uruguai, onde o preço de alienação dos ativos totaliza R$ 675 milhões. A autoridade antitruste do país, porém, rejeitou essa compra, em decisão que cabe recurso. A demora para a conclusão do negócio e a possibilidade de mudança no ciclo pecuário na América do Sul, hoje favorável aos frigoríficos, também podem desafiar a Minerva. É claro que o tamanho importa no negócio de commodities e, com um modelo de negócio mais diversificado, a Minerva poderia melhorar o resultado de suas ferramentas de arbitragem. No entanto, o timing pode ser um problema.
A decisão da agência antitruste do Uruguai, divulgada na terça-feira (21/05), não foi surpreendente. Apesar da importância da notícia, o mercado estava ciente desse risco, desde que alguns órgãos noticiaram isso na semana passada. Os fatos relevantes divulgados pelas empresas após a negativa das autoridades uruguaias mostram que o valor do negócio é maior do que se esperava. A Minerva ainda aguarda a aprovação do Cade para as plantas no Brasil. Quando aprovado, o valor a ser pago será de R$ 5,375 bilhões (e não R$ 4,5 bilhões como esperado anteriormente), implicando em um desembolso acima do esperado para a parte não uruguaia do negócio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.