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13/May/2024

Carnes: efeitos das enchentes no RS sobre preços

Com o risco de desabastecimento diminuindo, o efeito imediato das enchentes dos últimos dias no Rio Grande do Sul para o setor de aves e suínos é de alta nos preços. As cotações do frango seguem estáveis, mas o suíno vivo já registra altas na Região Sul do País. A avaliação de analistas e fontes do setor é que a elevação dos preços, nos dois casos, deve migrar para outras regiões do País. A exceção é a pecuária bovina. O Rio Grande do Sul é produtor de gado bovino e, assim como os frigoríficos locais, passam por diversos problemas decorrentes das chuvas. Todavia, as raças predominantes são europeias, adaptadas ao frio, e com pouca circulação fora do Rio Grande do Sul. Isso indica que os preços do boi gordo no Brasil devem continuar em queda ou estáveis, pressionados pela oferta ainda elevada. Nos últimos sete dias, o valor do suíno vivo registra alta de 4% no Paraná, para R$ 6,09 por Kg.

Em Santa Catarina, o avanço é de 6,2% no período, para R$ 5,88 por Kg. No Rio Grande do Sul, a alta é de 2,3%, para R$ 5,97 por Kg. No frango, os preços na Região Sul permanecem estáveis, mas os avanços não devam ficar restritos ao Sul do País, pelo menos no curto prazo. O Rio Grande do Sul está entre os três maiores polos produtores de suínos e aves do Brasil e os municípios em calamidade pública correspondem a mais de 65% do rebanho avícola/suinícola do Estado. Além disso, boa parte das indústrias de aves e suínos está nos municípios atingidos. A indústria já voltou a operar, no entanto, o problema está em mensurar a quantidade de granjas que foram destruídas, na logística para chegar até essas granjas e em levar nutrição para esses animais. Nesse cenário, pode haver um impacto sobre a precificação em outras regiões, principalmente nos próximos 30 a 60 dias. Mas não deve ser uma explosão nos preços.

O abastecimento de aves e suínos chegou a ser comprometido no período mais crítico para os frigoríficos. Nas próximas semanas, pode haver algum avanço de preços e depois pode chegar a impactar outras regiões do Brasil se o gargalo da produção se mantiver por um período mais longo. Até o momento, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e as associações de avicultura e suinocultura do Estado estimam que o sistema produtivo pode levar 30 dias para se recompor. A estratégia é deslocar os animais a unidades industriais que estejam com operação normalizada e fazer chegar ração às granjas. A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) afirmou que os dias de situação mais grave foram de 30 de abril a 5 de maio, quando as estradas estavam quase todas travadas. Desde então, as empresas e cooperativas começaram a desobstruir as vias e ter acesso aos produtores e granjas.

A situação está um pouco melhor, está chegando ração em praticamente todas as granjas e os acessos foram liberados. Não está em condições 100% plenas, mas muito próximo disso. A movimentação de animais de uma fase a outra e para os frigoríficos também está caminhando de uma forma mais próxima da normalidade. A entidade está dedicada em mensurar os danos estruturais para as granjas que foram destruídas total ou parcialmente. Nesta semana, será possível ter uma ideia mais concreta com relação a essa questão. No caso dos bovinos, por ora, a percepção é de que os problemas no Rio Grande do Sul não devem ter efeito sobre os preços da arroba ou da carne. Até porque, no restante do Brasil, há o início da seca e a oferta aumenta. Pioram as condições dos pastos e os pecuaristas precisam mandar gado para abate. E, com a oferta aumentando, os preços tendem a ficar, na melhor das hipóteses, estáveis. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.