09/May/2024
Segundo o Rabobank, a atual recuperação dos preços globais de leite será mais lenta do que o previsto em março. Essa recuperação teve início no fim de 2023 e no começo de 2024, e se desacelerou levemente no segundo trimestre. No primeiro trimestre, a expectativa era de aumentos lentos, mas mais constantes em 2024. Mas, com a maior fraqueza da demanda global e a maior produção doméstica de leite limitando as importações chinesas, as evidências até o momento sugerem que a recuperação poderá enfrentar alguns obstáculos adicionais.
O Rabobank elevou sua estimativa de aumento da produção chinesa em 2024, de 2% para 3,2%. O saldo de importações deve diminuir 8% em relação ao ano passado. A combinação de forte produção de leite e fraca demanda vai diminuir o déficit doméstico para cerca de 11 milhões de toneladas LME (equivalente de leite líquido). O consumo na China continua reduzido devido ao fraco mercado de trabalho e à baixa confiança do consumidor, apesar de fortes vendas no começo do ano durante o período do ano novo lunar.
A recuperação dos preços no fim de 2023 e no começo de 2024 parece estar mais relacionada a preços mais baixos e recomposição de estoques do que a um aumento da demanda na maior parte das regiões. Agora, os compradores estão mais cautelosos. Os sinais de recuperação da demanda global são mistos, e o poder de compra dos consumidores segue sob pressão. A inflação continua acima da meta na maior parte dos países, e altas taxas de juros continuam pressionando dívidas e gastos dos consumidores num momento em que o crédito desempenha um importante papel, após a inflação acumulada nos últimos anos.
Para o Brasil, o Rabobank espera que a produção no segundo trimestre caia cerca de 2% ante igual período do ano passado, com a menor lucratividade no fim de 2023 se traduzindo em menores volumes. A partir do terceiro trimestre, no entanto, margens maiores deverão contribuir para um aumento da produção. Preços mais altos ao produtor nos próximos meses são uma boa notícia para a produção de leite, principalmente porque os preços de ração permaneceram em níveis baixos em comparação a 2023, devido a preços mais baixos de milho e soja. O fim do El Niño é outro motivo para otimismo quanto à produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.