08/May/2024
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apesar da paralisação de ao menos dez unidades frigoríficas de aves e suínos no Rio Grande do Sul em função das chuvas e enchentes, a indústria descarta a necessidade de abates sanitários na região e busca alternativas para fazer com que a ração chegue até os animais. Não há abate sanitário até o momento. Graças à mobilização da sociedade, está sendo possível fazer a ração chegar às granjas, contando com a solidariedade das pessoas no auxílio para as entregas. Houve morte de animais, mas somente em função das enchentes.
Uma força-tarefa tem sido feita, em parceria com o governo federal, para conseguir transportar as aves e suínos das regiões atingidas para industrialização em outras unidades que estejam com operação normal. Mas, o maior desafio é a logística. O Rio Grande do Sul é responsável por 11% da produção nacional de frango e por quase 20% dos suínos. Tamanha representatividade já refletiu nas ações de frigoríficos listados na B3, que tiveram quedas expressivas. Os papéis ON da BRF, uma das líderes no setor de aves e suínos, fecharam a sessão do dia 6 de maio cotados a R$ 16,18, recuo de 3,23%. Mesmo sendo da área de bovinos, a Marfrig teve uma baixa ainda mais intensa, de 4,92%, para R$ 9,09 por ação. A Minerva perdeu 3,69%, para R$ 6,01. As ações do setor vão ser impactadas, seja por paralisação das plantas ou logística comprometida. Além do problema no processamento, a safra de milho da Região Sul será afetada, encarecendo a ração.
A exceção foi a JBS, que ficou praticamente estável na B3. Dentre as empresas citadas, a JBS é a que detém os negócios mais pulverizados, seja no Brasil ou no exterior, o que ajuda a diluir melhor os riscos em momentos de crise como a que ocorre no Rio Grande do Sul. A XP alertou, porém, que problemas na cadeia de suprimentos podem ter impacto no médio prazo para os frigoríficos, em função do cenário adverso no Rio Grande do Sul. A ABPA e as associações de avicultura e suinocultura do Rio Grande do Sul estimam que o sistema produtivo pode levar mais de 30 dias para ser normalizado no Estado. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.