03/May/2024
Bezerro bom e barato é o que todo pecuarista de recria/engorda quer encontrar no mercado. E o momento atual é favorável aos compradores tanto de bezerro quanto de boi magro. Os meses de maio, junho e julho concentram os maiores pesos do bezerro desmamado; e, em termos de tendência, os preços do bezerro frente aos do boi gordo vêm em queda desde o final de 2021. Considerando-se o bezerro na região central de São Paulo (Bauru/Marília) e o Indicador do boi gordo CEPEA/B3, num comparativo de preço de arrobas (do bezerro e do boi), os ágios dos últimos meses estão entre os menores dos últimos três anos. Desde outubro passado, está abaixo de 40%, quase metade da máxima de 74% atingida em outubro de 2021. Em Mato Grosso do Sul, o peso médio do bezerro foi de 208 quilos em abril, aumento de 16,5% frente ao de abril de 2000, um dos primeiros meses de divulgação dessa informação (a série de peso inicia-se em fevereiro de 2000).
O ganho médio é de quase duas arrobas (29,8 Kg) para um bezerro de 8 a 12 meses nelore ou anelorado. A tendência de crescimento do peso médio é consistente. A média da última década, de 2015 a 2024, por exemplo, é 201 Kg/bezerro, com mínimo de 174 Kg em dezembro de 2019 e máximo de 230 quilos em julho de 2022, época em que o bezerro vinha sendo comercializado por volta dos R$ 2.700,00 no mercado de Mato Grosso do Sul. Ao longo de 2023, o peso médio do bezerro em Mato Grosso do Sul foi de 207 Kg, com mínimo de 200 Kg em novembro e máximo de 213 Kg em maio e junho. Nos quatro primeiros meses de 2024, o peso médio é de 206 Kg, 1 Kg abaixo do começo do ano passado. O peso tem se mantido mesmo com o preço de Mato Grosso do Sul tendo caído para a casa dos R$ 2.000,00 e 2.100,00 por cabeça. Nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, a média de peso é semelhante. De 2018 para cá, a maior parte dos negócios de bezerro tem acontecido com animais entre 200 Kg e 210 Kg.
Por sua vez, o boi magro, em torno de 13 arrobas, tem sido negociado na casa dos R$ 3.000,00 nas principais regiões de confinamento. No primeiro quadrimestre do ano, o preço dessa categoria diminuiu 9% no estado de São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, a média dos machos acima de 18 meses cedeu 6% no mesmo período; e, em Mato Grosso, 1%. Apenas em Goiás que o valor acumula alta, de 3%. A tendência de elevação de peso dos animais, mesmo em períodos de preços declinantes, é resultado de investimentos que se mostram incorporados à base da produção: maior uso de inseminação artificial, aprimoramento genético, melhores pastagens, suplementação e manejo adequados dos animais. Além da elevação do peso médio, aumentou também a taxa de prenhez e diminuiu a idade de desmame. Matrizes e bezerros têm apresentado indicadores positivos. O “modus operandi” da pecuária brasileira deu um passo acima, sem volta. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.