ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Apr/2024

Ração Animal: produção global teve recuo em 2023

De acordo com o levantamento “Perspectivas do Setor Agroalimentar para 2024”, realizado pela Alltech com dados de 142 países e mais de 27 mil fábricas de ração, a produção global de ração animal se manteve praticamente estável no ano passado, com recuo de 0,01% ante 2022, para 1,29 bilhão de toneladas métricas. O Brasil teve crescimento de 1,84%, para 83,32 milhões de toneladas, e se mantém como terceiro maior produtor de ração animal. A fabricação recuou 1,1% na América do Norte, para 259,26 milhões de toneladas, com a produção de ração para bovinos de corte caindo significativamente.

A fabricação de ração cresceu 1,24% na América Latina, para 200,67 milhões de toneladas. Apesar dos altos custos de produção, das tensões geopolíticas e da mudança de comportamento do consumidor por causa de razões econômicas, a região continua entre os líderes globais de crescimento, principalmente em virtude dos seus mercados de aquicultura, aves e suínos impulsionados pela exportação. A Europa manteve sua tendência de queda na produção de ração, com recuo de 2,2%, para 261,89 milhões de toneladas, devido a questões como a guerra entre Rússia e a Ucrânia, assim como a disseminação de doenças nos animais de produção, como a peste suína africana (PSA) e a Influenza Aviária.

Na Ásia-Pacífico, a produção expandiu 1,4%, para 475,33 milhões de toneladas. O crescimento da produção de ração para ruminantes da região compensou um revés na aquicultura. Também houve crescimento na África (1,94%, para 51,42 milhões de toneladas), queda no Oriente Médio (0,32%, para 35,93 milhões de toneladas) e alta na Oceania (3,71%, para 10,78 milhões de toneladas). A pesquisa mostrou que China (262,71 milhões de toneladas, +0,76% ante 2022), Estados Unidos (238,09 milhões de toneladas, -1,13%), Brasil (83,32 milhões de toneladas, +1,84%) e Índia (52,83 milhões de toneladas, +13,43%) concentram quase metade da produção mundial de ração.

México (40,42 milhões de toneladas, +0,02%), Espanha (36,22 milhões de toneladas, -3,28%), Rússia (35,46 milhões de toneladas, +3,83%), Vietnã (24,15 milhões de toneladas, -9,63%), Japão (23,94 milhões de toneladas, -1,15%) e Turquia (23,37 milhões de toneladas, -11,48%) completam a lista dos dez maiores fabricantes, que responderam por 63,1% da produção mundial.

O setor avícola teve aumento na produção de ração para frangos de corte (386,33 milhões de toneladas, +3,43% ante 2022), que representa 29,8% da produção total de ração no mundo, e permaneceu estável para aves de postura (171,293 milhões de toneladas, 0%). O setor está preparado para manter sua trajetória de crescimento constante, impulsionado por uma mistura de sucessos regionais e dinâmica do mercado global. A previsão para a avicultura de corte permanece otimista graças aos menores custos de insumos, ao aumento das margens industriais e à mudança de comportamento do consumidor. Para a avicultura de postura, os desafios persistem, mas há áreas que demonstram resiliência e crescimento.

O setor global de produção de ração para suínos teve queda de 1,26% (323,04 milhões de toneladas), em função dos desafios que devem permanecer em 2024. As tendências destacam a complexa relação entre fatores econômicos, dinâmica de oferta e manejo sanitário na indústria global de ração para suínos. Enfrentar esses desafios será crucial para alcançar uma produção sustentável e garantir a segurança do alimento.

A tonelagem de ração para bovinos de leite diminuiu 1,12% (127,92 milhões de toneladas), principalmente devido ao alto custo da ração combinado com os baixos preços do leite, o que levou os produtores a fazerem ajustes estratégicos, como reduzir o número de vacas e/ou depender mais de fontes de ração não comerciais.

A produção de ração para bovinos de corte caiu 3,78% (119,56 milhões de toneladas) globalmente. As mudanças no ciclo pecuário nos Estados Unidos e políticas de sustentabilidade mais rígidas na Europa tiveram grande impacto, com o setor de pecuária de corte da Ásia-Pacífico superando notavelmente o da Europa em 2023.

O setor aquícola caiu 4,41% (52,09 milhões de toneladas), recuo impulsionado em parte por uma queda significativa na oferta de ração para aquicultura da China devido aos preços mais baixos do pescado. A indústria global de ração para animais de estimação cresceu 2,66% (35,44 milhões de toneladas). A demanda por produtos e serviços de alta qualidade para animais de estimação continua elevada por parte dos tutores de pets.

Segundo o relatório, o incremento na produção brasileira de ração foi liderado por animais de estimação/pets (6,18%), frangos de corte (3%), aquicultura (2,55%), suínos (2,53%), aves de postura (0,99%) e equinos (0,78%). O desafio sanitário global da Influenza Aviária tem influenciado a produção brasileira de frangos de corte de forma positiva, por meio do crescimento das exportações. Além disso, o setor de aves de postura registrou taxas excepcionalmente elevadas de exportação de ovos, compensando as perdas de produção globais causadas pela gripe aviária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.