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18/Apr/2024

Boi: cenário está favorável ao pecuarista confinador

Nesta época do ano, os pecuaristas interessados em realizar o primeiro giro de confinamento direcionam as atenções sobretudo aos preços do boi magro. E a atual relação entre os valores do boi magro e os ajustes do contrato Julho/2024 negociado na B3 (distante três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria. Até o início desta década, os valores do boi magro costumavam subir de março a maio. Desde 2022, no entanto, esse período tem sido marcado por recuos do boi magro, justificados pela demanda relativamente baixa de confinadores que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre. Nesta parcial de abril, os valores do boi magro no estado de São Paulo, referência na formação de preços e terceiro maior rebanho confinado, estão cerca de 15% menores que os de abril do ano passado, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI).

Em Mato Grosso, que concentra o maior número de cabeças confinadas, a queda é de 18%, e, em Goiás, segundo maior confinador do País, de 16% (nesses casos, em termos nominais). Neste mês, o boi magro é comercializado em São Paulo à média de R$ 2.968,43 por cabeça, em Mato Grosso, de R$ 2.848,48 por cabeça, e, em Goiás, de R$ 2.952,59 por cabeça. Considerando-se o prazo de 90 dias em confinamento, um boi magro comprado agora poderia ser ofertado para abate em julho. No momento, o preço médio do boi magro no estado de São Paulo está por volta de R$ 2.900,00 por cabeça e o contrato Julho/2024, na B3, está cotado a R$ 239,00 por arroba. O contrato Outubro/2024 foi ajustado para R$ 248,70 por arroba, o que, por sua vez, pode incentivar pecuaristas terminadores a concentrarem sua demanda por boi magro visando ofertas de bovinos para abate para o segundo giro (ou seja, no último trimestre do ano).

Aqui vale ressaltar que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção de confinamento. Os outros insumos de impacto nos custos são os da alimentação. O milho e o farelo de soja, tradicionais balizadores da cotação de alternativas para a dieta, estão em patamares inferiores aos registrados em anos recentes. Nesta parcial de abril, com a venda de 1 arroba de boi gordo em São Paulo, o pecuarista consegue comprar 3,8 sacas de 60 Kg de milho (Campinas - SP), praticamente o mesmo volume do mesmo mês do ano passado, de 3,82 sacas de 60 Kg por arroba. No caso do farelo de soja (Campinas - SP), com a venda de 1 arroba de boi gordo, é possível a compra de 124 Kg do derivado, um pouco mais que em abril de 2023 (118,75 Kg por arroba). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.