16/Apr/2024
A pecuária de corte brasileira evoluiu e cresceu. Cresceu em tamanho e em qualidade. A área com pastagens cresceu 62,1 milhões de hectares de 1985 até hoje, estimada em 164 milhões de hectares, e o rebanho cresceu 111,8 milhões de cabeças no mesmo período. O rebanho bovino está estimado em 239,4 milhões de cabeças (corte e leite). O Brasil, mundialmente, é importante na produção e fornecimento de carne bovina. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a expectativa é que, da produção mundial, 18,6% são do Brasil. No comércio internacional, a fatia brasileira é de 20% a 25%. Atualmente, a produção está estimada em 11,2 milhões de toneladas equivalente carcaça (TEC) para 2024. Mais do que dobrou de tamanho nos últimos 22 anos. A evolução da atividade é notável. O incremento de protocolos sanitários, reprodutivos e o manejo nutricional cada vez mais presente impactaram diretamente o processo para essa evolução.
E ainda cabe um espaço grande para esse crescimento produtivo. Tudo isso de maneira sustentável economicamente, ambientalmente e socialmente, como deve ser. Sem a necessidade de maiores áreas, apenas com o emprego tecnológico correto. A demanda pela carne bovina brasileira tem aumentado naturalmente. E nos últimos dois anos tem sido impulsionada por uma menor produção americana, devido à queda histórica do seu rebanho. Da produção nacional em 2023, cerca de 32,2% foram exportadas (carne in natura, industrializada, salgada, miúdos e tripas). A China é a principal compradora da carne bovina brasileira. Onde, em 2024, o volume exportado no primeiro trimestre do ano aumentou, sendo recorde. Porém, sua participação diminuiu, o que demonstra o aumento de localidades compradoras da commodity brasileira.
Ainda assim, a importância da China é notável. O bovino abatido para a produção de carne para o mercado chinês precisa ter no máximo 30 meses ou 4 pares de dentes, animais jovens, portanto terminados precocemente. Essa exigência estimulou a produção de bovinos precoces e, consequentemente, a melhoria dos indicadores zootécnicos. O peso de carcaça foi um deles, cujo desempenho aumentou nos últimos anos, atingindo a média de 263 Kg em 2023, frente aos 228 Kg em 2000. Por fim, a taxa de lotação cresceu de 1,23 cabeça/hectare, em 1985, para 1,45 em 2024, segundo estimativas de rebanho e área de pastagens. Para demonstrar o salto, é maior que a taxa média de lotação no mundo, que está em 0,27 cabeças/ha. Já o primeiro lugar na exportação de carne bovina, o Brasil possui, ainda, a possibilidade de se tornar o principal produtor global, ultrapassando os Estados Unidos. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.