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02/Apr/2024

Carnes: custos com alimentação de animais recuam

Pensando na avicultura de corte e na suinocultura, o principal item de custo é a alimentação dos animais. Segundo dados CIAS (Central de Inteligência de Aves e Suínos) da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Aves e Suínos, a ração participou, em média, de 69,0% do custo de produção dos frangos, considerando o Estado do Paraná, e 75,3% do custo para a suinocultura, em Santa Catarina, em 2023. Com o milho como o principal item na composição da dieta desses animais, percebemos que 2024 vem se apresentando mais favorável para o granjeiro. A relação do preço do frango e do suíno vendido na granja versus o valor de compra do milho está em um dos melhores patamares dos últimos anos.

Ou seja, com o valor de venda do produto final do avicultor de corte ou suinocultor ele consegue adquirir uma maior quantidade do insumo. Para as aves de corte, a média do primeiro trimestre está 43,7%, 55,3%, 61,4% e 33,9% maior que as médias de igual período dos anos de 2023, 2022, 2021 e 2020, respectivamente. Para a suinocultura, considerando o mesmo intervalo de tempo, a relação de troca só não é positiva quando comparado com 2020. Esperava-se menor produção na safra 2023/2024 desde as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em função da perspectiva de menor área e redução na produtividade, que foi recorde em 2022/2023, e impulsionou a produção de 131,9 milhões de toneladas.

A estimativa atual (março/2024) para 2023/2024 para a safra de milho (1ª, 2ª e 3ª safras) é de 112,8 milhões de toneladas, retração frente às expectativas iniciais, que estimava produção de 119,4 milhões (outubro/2023). Apesar da menor produção, a partir de janeiro, com o início da colheita da safra de verão e a colheita da soja no Centro-Oeste adiantada em função do clima, que favoreceu o desenvolvimento das lavouras, a semeadura da segunda safra ocorreu, em sua maioria, na janela ideal (até meados de março), em praticamente todo o Brasil, os preços caíram. A expectativa para os preços dos grãos ainda é incerta.

Se o clima colaborar, a produtividade e a produção poderão ser maiores que as estimativas vigentes, cenário que pode pressionar os preços nos próximos meses. Mas, se o clima impactar, com o atual recorte de menor produção, estoques menores e demanda firme, há a possibilidade de alta das cotações durante a colheita da 2ª safra de 2024. O custo do produtor não é somente feito de milho, mas é um bom parâmetro. Esta relação entre os gastos com a compra do grão e o preço de venda demonstra que a margem das atividades está melhor neste primeiro trimestre de 2024. Com isso, é possível que a produção continue crescente nos próximos meses, mas é necessário acompanhamento. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.