01/Apr/2024
Entre BRF e Seara, a primeira, dona da marca Sadia, se deu melhor no quarto trimestre de 2023. Os resultados financeiros divulgados no fim de fevereiro pela BRF foram bons o suficiente para garantir à Marfrig Global Foods, que divulgou seu desempenho na quarta-feira (27/03), seu primeiro lucro após quatro prejuízos trimestrais. Já a Seara pesou nos resultados da JBS, conhecidos na terça-feira (26/03). A diferença foi escancarada pela margem Ebitda das empresas. O da BRF foi mais do que o dobro da concorrente, de 13,2%, ante 6,4%. A dona da Sadia também informou Ebitda ajustado de R$ 1,903 bilhão, um salto anual de 76,3%, lucro bruto de R$ 3,193 bilhões, alta de 30,9%, com receita líquida de R$ 14,426 bilhões, queda de 2,3%. Já a Seara teve Ebitda ajustado de R$ 670,4 milhões, recuo de 4,8% ante igual período do ano anterior, com lucro bruto de R$ 1,76 bilhão, queda de 0,8%, e receita líquida de R$ 10,5 bilhões, 5,3% menor.
Conforme a BRF, a estratégia para a compra de grãos foi decisiva para o desempenho no quarto trimestre: conseguiu reduzir custos ao aproveitar preços mais baixos do insumo. Assim, o custo por produto vendido (CPV) caiu 8,9% em relação ao quarto trimestre de 2022. Isso impulsionou a companhia a ser responsável por 64% do Ebitda da Marfrig no quarto trimestre de 2023, acima dos 44% de um ano antes. No quarto trimestre, a BRF atingiu o menor patamar de custo por quilo. Isso tem relação com a queda do preço da ração e com o plano de eficiência, que também envolve alavancagem operacional, em referência ao modelo preditivo utilizado pela companhia para realizar suas compras de grãos. A Seara, por sua vez, reconhece ter sofrido com custos de produção elevados e com menor diluição dos custos fixos, influenciado em parte pela recente abertura de unidade em Rolândia (PR), em fase de incremento da produção. Ainda assim, até houve queda do CPV, de 6,1%, embora menor do que o da BRF.
Com o peso do desempenho da Seara nos resultados da JBS do último trimestre do ano passado, a JBS tratou de sinalizar reação ao mercado, garantindo que a empresa terá Ebitda de dois dígitos (10% ou mais) já no primeiro trimestre de 2024. Também apontou que a empresa tinha problemas de eficiência, que estão sendo ajustados, mas os resultados não vêm imediatamente por envolverem toda a cadeia produtiva. As melhorias geralmente requerem tempo para serem plenamente realizadas, mas estão começando a se refletir nos resultados da empresa. Em comum, as companhias apresentam perspectivas melhores para 2024 em função do maior equilíbrio entre oferta e demanda de frango, com queda nos custos de produção das aves. Haverá uma maior equalização de oferta e demanda nos mercados internacionais, o que está fazendo com que o preço se sustente, comentou a BRF. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.