19/Mar/2024
Um dos grandes desafios para os produtores de leite do País é o enfrentamento à mastite bovina. A doença é caracterizada pelo processo inflamatório e infeccioso da glândula mamária da vaca, e isso pode trazer prejuízos consideráveis à qualidade do leite e ainda provocar uma redução significativa na capacidade de produção do rebanho leiteiro. Preocupada com esta situação e buscando atuar na prevenção da enfermidade, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza, inicia uma série de estudos para desenvolver um produto que auxilie produtores. Medidas simples, como a higienização dos equipamentos e dos tetos no momento da ordenha, podem ajudar muito na prevenção da doença. A taxa de bovinos acometidos por mastite pode alcançar percentagens superiores a 28% do rebanho leiteiro no Brasil. Uma das principais formas de controlar a contaminação é através da limpeza e antissepsia dos tetos. Para além dos cuidados com a higiene pessoal do ordenhador, o preparo do local, a desinfecção de equipamentos, o armazenamento correto do leite, é importante a prática do pré-dipping e o pós-dipping.
Ambos consistem na realização de procedimentos de desinfecção dos tetos antes e após a ordenha. Esta é uma das práticas mais importantes e indispensáveis para redução da mastite contagiosa e podem reduzir a mastite subclínica em 50 % a 90%. O produto que está sendo desenvolvido é um tipo de agente sanitizante, que auxiliará na higienização do úbere e poderá ajudar a evitar o ressecamento da pele da vaca. O estudo será realizado nos próximos três anos e conta com a parceria da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) - Campus Guarapuava e uma empresa que fornecerá a matéria-prima para a criação do agente sanitizante. Os desinfetantes mais comuns utilizados no pré-dipping são o iodo, cloro, clorexidine, peróxido de hidrogênio, amônia quaternária e ácido lático. Essas preparações sanitizantes têm efeito antibacteriano, mas frequentemente não influenciam positivamente a pele do úbere. Além disso, podem ressecar a pele do úbere e, como consequência, causar problemas secundários. A pesquisa será desenvolvida durante os próximos três anos e busca criar um agente sanitizante fitoterápico, uma alternativa viável e promissora.
Para o primeiro ano, estão previstos o desenvolvimento da formulação do sanitizante, a aquisição matéria-prima, preparo do extrato e estudo de toxicidade da formulação. No ano seguinte, deverão ser realizados os primeiros testes, o tratamento dos animais, avaliação clínica e análises físico-químicas do leite. O estudo acontecerá em propriedades rurais produtoras de leite na região sudoeste do Paraná, assistidas pelo Programa de Educação Tutorial em Medicina Veterinária da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza. Em parceria com os extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), o PET Medicina Veterinária já realizou pesquisas para identificar as bactérias causadoras de mastites clínicas e subclínicas nos rebanhos da agricultura familiar no município de Realeza, bem como quais foram as bactérias sensíveis ou resistentes aos principais antibióticos disponíveis no mercado. Fonte: Universidade Federal da Fronteira Sul. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.