05/Mar/2024
O estado de Mato Grosso está empenhado em reduzir a dependência das exportações de carne bovina para a China. Por meio de ações coordenadas entre a indústria, autoridades estaduais e o Instituto Mato-Grossense de Carne (Imac), os planos para 2024 incluem o direcionamento dos embarques também para outros países do continente, especialmente no Sudeste Asiático, além de Oriente Médio e Egito. Levantamento do Comexstat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostra que a China representou 55,21% da receita de Mato Grosso com exportação de carne bovina desossada, congelada, fresca ou refrigerada em 2023, e 54,09% do volume, sendo seguida, nos embarques, por Egito, Emirados Árabes Unidos, Chile e Estados Unidos. Mexer na liderança e na importância da China está fora de cogitação, mas reduzir a dependência, sim. Outros mercados começam a ganhar relevância, como Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos.
Isso é positivo para diminuir a dependência da China. Em janeiro, já houve um recuo, com o mercado chinês representando 42,19% da receita e 42,94% do volume de exportações de carne bovina de Mato Grosso. Em igual período do ano anterior, esses números foram de 59,44% e 58,66%, respectivamente. A redução da participação da China nas aquisições da carne bovina de Mato Grosso não se refletiu significativamente na quantidade total da proteína embarcada pelo Estado, que registrou uma pequena queda de 0,61% de janeiro de 2023 para janeiro de 2024. Essa busca por alternativas também é influenciada pelo crescimento mais lento da economia chinesa pós-pandemia e por medidas protetivas adotadas. A China está sentindo os efeitos pós-pandemia; a economia não cresce no mesmo ritmo de anos anteriores. Além disso, o produto local é altamente competitivo, o que pode desestimular as indústrias chinesas.
Para ampliar a presença em outros mercados, o Imac adota estratégias como participação em feiras internacionais e reuniões com associações e representantes governamentais. Essas iniciativas visam à troca de informações, a esclarecimentos e à apresentação da cadeia produtiva da carne de Mato Grosso. Alguns resultados já têm sido obtidos, como o aumento dos volumes negociados com o Egito e os Emirados Árabes Unidos em 8,39% e 61,39%, respectivamente, entre 2022 e 2023. E os planos são de avançar mais, como no caso do Egito, onde o foco do Imac também está na expansão da receita a partir de produtos de maior valor agregado, especialmente após o acordo de pré-listing, que permite a exportação de qualquer estabelecimento brasileiro que atenda às normas sanitárias do Egito. O Egito é um mercado que, hoje, compra produtos com padrão commodity, não exige alta qualidade. Por isso, há potencial para aumentar o consumo de carne de qualidade devido ao turismo robusto e a uma rede hoteleira que demanda esse tipo de produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.