29/Feb/2024
Os preços do boi gordo e da carne bovina encerram fevereiro em queda. Além da maior oferta de bovinos para abate, a demanda retraída por parte de frigoríficos reforça a pressão sobre as cotações. Apesar dos valores mais baixos do boi gordo, a instabilidade das vendas no atacado e as escalas alongadas têm limitado o interesse comprador em adquirir novos lotes. No acumulado de fevereiro, o preço médio do boi gordo em São Paulo registra recuo de 4%, fechando a R$ 235,20 por arroba. No mesmo período, a carcaça casada bovina no atacado de São Paulo apresenta desvalorização de 1,96%, a R$ 16,49 por Kg. Na composição da carcaça, o traseiro e a ponta de agulha têm se mantido em queda, ao passo que o dianteiro vem se sustentando.
Comparando-se as médias de fevereiro com as de janeiro, as baixas são ainda maiores, de 4,61% para o boi gordo (SP) e de 2,56% para a carcaça casada com osso (atacado de São Paulo). Desde março do ano passado, 15 Kg de carcaça casada valem mais que a arroba do boi gordo (SP), o que sinaliza recuperação da margem dos frigoríficos quando se considera a carne com osso. Neste mês, a diferença média está em R$ 12,65 a cada 15 Kg. Observa-se negócios com características bem distintas no quesito prazo de entrega. Em janeiro, no estado de São Paulo, por exemplo, foram registradas compras para abate no dia seguinte (1 dia) e outras com escala de até 50 dias. Em fevereiro, esse intervalo está entre 1 e 45 dias.
Considerando-se todas as negociações, o intervalo médio entre o fechamento da venda/compra e o abate reduziu um pouco de janeiro para fevereiro em São Paulo, passando de 15 para 13 dias, o que ainda significa escala alongada. A destinação da carne é um dos fatores que influencia no agendamento das escalas. Em janeiro, enquanto as aquisições voltadas ao mercado interno eram feitas para abate em 11 dias à frente, as do mercado externo tinham escala média de 20 dias após o negócio. Em fevereiro, as compras que visam atender à demanda interna têm sido efetuadas para abate em aproximadamente 12 dias, enquanto os negócios que atendem prioritariamente ao mercado externo têm sido efetivados, em média, 14 dias antes do abate.
O período entre a venda de carne a um cliente externo e o envio do produto, em geral, permite a compra de bovinos com cerca “folga”, pois trabalha-se com escalas mais distantes. Por sua vez, as escalas mais curtas têm refletido principalmente duas situações, que não significam propriamente urgência de compra: a grande proximidade entre fazenda e frigorífico, que facilita o transporte dos bovinos, e o agendamento de lotes para completar alguma escala que já havia sido preenchida antecipadamente, visando garantir volumes mais expressivos de abate para compradores e vendedores. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.