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29/Feb/2024

Suíno: excesso de oferta na China deverá persistir

Segundo a Fitch Ratings, o excesso de oferta nas criações de suínos na China deve continuar no segundo semestre deste ano, pressionando os preços do produto e, provavelmente, provocando prejuízos aos produtores. Sinais de uma redução maior da capacidade de produtores maiores podem elevar modestamente os preços no segundo semestre de 2024, mas a incerteza permanece alta. Mesmo com a dificuldade em prever a trajetória de preços, a demanda deve permanecer estável e o excesso de oferta pode manter os preços em baixa, mas é possível que ocorram melhorias modestas no próximo semestre se a redução mais rápida da capacidade de criação continuar.

Além disso, o governo chinês monitora os preços da carne suína e, ocasionalmente, intervém comprando reservas se a relação de preços da carne e do grão cair abaixo de um certo limite. No entanto, as intervenções desde o ano passado não ajudaram a elevar significativamente os preços dos suínos. O ritmo de redução na oferta é lento em toda a indústria, com o plantel de suínos ainda próximo do limite máximo estabelecido pelo governo, de 41 milhões de cabeças no fim de janeiro de 2024. Apesar dos preços médios pressionados, criadores maiores relutam em diminuir suas criações, o que é parcialmente atribuído ao desejo de manter posições de liderança e recuperar investimentos anteriores, além do acesso a financiamento sólido para lidar com prejuízos.

Além disso, alguns produtores de porte maior buscam reduzir os custos em outras áreas, como na melhoria da eficiência operacional, focando no controle de doenças, na taxa de fertilidade e na operação própria de moinhos de ração. Enquanto isso, os custos fixos baixos de criadores menores possibilitam que se mantenham as operações mesmo com preços fracos. Ainda assim, há sinais de que a taxa de redução de capacidade na indústria acelera. Alguns criadores maiores e mais endividados, como New Hope, Tech-bank Food e Aonong Biotech, fizeram grandes desinvestimentos em ativos relacionados à criação de suínos desde o segundo semestre de 2023.

Mesmo com algum alívio, a expectativa é que a maioria das produções de suínos continue não sendo lucrativa após a rápida expansão em 2020 e 2021. No período, a peste suína africana (PSA) reduziu as populações de suínos e promoveu um aumento nos investimentos de capital. Somado a isso, a crescente pressão financeira deve compelir que produtores eficientes em termos de custo reduzam sua capacidade nos próximos 12 meses, embora isso possa não reverter o excesso de oferta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.