28/Feb/2024
A multinacional norte-americana Cargill está expandindo sua operação de nutrição animal no Brasil, terceiro maior mercado para a divisão, atrás apenas de Estados Unidos e China. A companhia fez uma parceria com a Bom Negócio, de Patrocínio (MG), para ampliar a produção da sua linha de suplementos minerais (a Probeef) para bovinos de corte terminados a pasto. Em outra frente, a Cargill obteve a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aquisição da fábrica da Anhambi Produção Animal, em Pato Branco (PR), anunciada em meados de 2023. Com o sinal verde, irá assumir a unidade a partir de 2 de abril e já planeja investimentos de R$ 15 milhões no local. A empresa optou pela parceria com a Bom Negócio, em vez de construir uma fábrica, porque encontrou na empresa a mesma qualidade e comprometimento. A estratégia também permitirá que a Cargill avance mais rapidamente nesse mercado.
A parceria garantirá à Cargill presença em Minas Gerais, que é um Estado bastante importante em bovinos de corte, com 20 milhões de cabeças, e não havia nenhuma concorrência. A fábrica era focada em ração para bovinos leiteiros. Hoje, a produção da linha Probeef está concentrada em seis unidades da Cargill, espalhadas por Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, e gira em torno de 100 mil toneladas ao ano. A parceria pode ampliar esse volume em pelo menos 10%. A divisão de nutrição animal é o segundo maior negócio global da Cargill, que tem como carro-chefe a operação de grãos e processamento. A receita global da multinacional chegou a US$ 177 bilhões no ano fiscal encerrado em maio do ano passado (último resultado divulgado). Dentro do segmento de nutrição animal, o Brasil é o terceiro maior mercado e é o que mais cresce ano a ano. É uma posição importante globalmente para a companhia. Há um grande potencial para produtos de suplementação de bovinos criados a pasto no País porque 85% do rebanho é terminado no campo, e não em confinamentos.
Os bovinos requererem esse reforço porque a pastagem tropical tende a ser mais pobre, apesar de mais abundante, do que a de clima temperado. No Brasil, os produtos para bovinos de corte representam 35% da receita da divisão de nutrição animal da Cargill, seguidos pelos portfólios para suínos (30%), leite (20%) e aves (15%). O faturamento do negócio não é divulgado. Diferentemente de outras gigantes, a Cargill não tem negócios em aquicultura e animais de estimação. Na unidade de Anhambi, a Cargill vai produzir rações de leitões e vai investir para ampliar a capacidade de produção. Questionado sobre eventuais novas aquisições no Brasil, a empresa está sempre atenta a oportunidades, mas não há nada no radar no momento. Há previsão de uma nova parceria até o fim do ano. Esse outro acordo será destinado à fabricação de produtos de várias linhas. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.