ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Feb/2024

Boi: pecuaristas estão investindo em confinamento

As exportações brasileiras de carne bovina seguem em expansão, e pecuaristas que atendem a este segmento, especialmente os que conseguem bovinos com peso adequado para abate até os 30 meses, têm obtido preços bem maiores que os registrados na venda para consumo doméstico. Em janeiro, até a quarta semana, o volume de carne bovina in natura embarcado já somava 168,1 mil toneladas, cerca de 5% a mais que o total de janeiro/2023, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O preço médio, no entanto, baixou 7%, para US$ 4.508,50 por tonelada. Em São Paulo, as diversas categorias têm se desvalorizado, mas sendo mantida a distância em torno dos R$ 20,00 por arroba entre exportação e doméstico, em certos casos.

A faixa de cima de um intervalo extenso de valores, entre R$ 225,89 e R$ 258,00 por arroba, por exemplo, motiva pecuaristas a investirem em estruturas de confinamento ou de semiconfinamento a buscarem parcerias com “boitéis”. Nesses confinamentos com alta profissionalização, os bovinos alcançam peso de forma mais rápida e muitos se enquadram na exigência da China por bois com até 30 meses. Quando o boi é criado a pasto com complementação no cocho, é mais difícil atingir essa condição, embora seja possível se a desmama e a recria tiverem sido bem-feitas. Em geral, os produtores com lotes pequenos buscam parceria com boitel; pecuaristas mais estruturados administram de forma independente a sua engorda em confinamento próprio. Em alguns casos, há a integração do confinamento com lavoura de grãos, mas as quedas de preços do milho e da soja tendem a estimular a compra no mercado mesmo. Para se ter uma ideia, o Indicador ESALQ/BM&F do milho (Campinas-SP) caiu 10% em janeiro.

O gráfico dos preços do boi gordo e da carne bovina indica a persistência das baixas neste início de ano. Os pecuaristas se mostram resistentes em negociar nos valores ofertados, mas, como a demanda no mercado atacadista também está relativamente fraca, os frigoríficos não pressionam por volumes maiores, pois as escalas de abate estão confortáveis. Muitos agentes têm a expectativa de que a procura reaja após o Carnaval. Para exportação, a demanda segue firme, mas os valores também são influenciados pelo enfraquecimento doméstico. O preço médio do boi gordo em São Paulo acumula baixa de 3% neste início de fevereiro, a R$ 237,55 por arroba. No atacado, a carcaça casada bovina apresenta certa estabilidade, com pequena queda de 0,06% nos últimos sete dias, a R$ 16,81 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.