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25/Jan/2024

Carnes: setor terceirizando armazéns refrigerados

Os frigoríficos e produtores brasileiros de frutas estão ampliando a aposta na contratação de empresas que oferecem armazéns refrigerados. De acordo com os prestadores de serviço, a terceirização da armazenagem da produção pode gerar uma economia de 40% para os contratantes. Com a utilização de serviços terceirizados de armazéns refrigerados, os produtores de proteínas e os processadores de frutas podem concentrar seus esforços e investimentos em sua atividade principal. Bastante difundida nos Estados Unidos, a contratação desses serviços é incipiente no Brasil. Ainda assim, estima-se que esse mercado movimentou US$ 2,43 bilhões em 2023. Segundo a Emergent Cold LatAm, operador logístico de armazéns refrigerados, o processo ainda é de aprendizagem. Muitos dos clientes pedem projetos específicos e terceirizam para a empresa o gerenciamento e o controle que precisam.

Mas, a tendência é que os clientes contratem para soluções de ponta a ponta, da saída do frigorífico até os centros de distribuição nos portos e grandes mercados consumidores. Nos Estados Unidos, a terceirização chega a 70% das estruturas frigorificadas. No Brasil, a fatia é de cerca de 40%. A Mordor Intelligence calcula que o mercado brasileiro de logística da cadeia fria deverá crescer 10,02% ao ano e chegar a US$ 3,92 bilhões até 2028. De acordo com a empresa de pesquisa, como a pandemia de Covid-19 deu impulso ao comércio eletrônico e ao consumo de alimentos e bebidas processados, esse movimento acelerou a procura de espaços de armazenamento refrigerados e de logística no País. A Emergent Cold LatAm foi criada em 2021 pelos empresários Neal Rider e David Palfenier. A empresa fez três rodadas de captação de recursos e levantou, ao todo, US$ 1,2 bilhão.

Ela recebeu aportes de investidores como a Lineage Logistics, uma das líderes globais no fornecimento de infraestrutura com temperatura controlada. No Brasil, a companhia tem clientes principalmente na indústria de proteínas animais. Ela atua em outros dez países da América Latina: no México, Peru e Guatemala, os principais clientes são do segmento de frutas, e no Chile, os pescados respondem pela maior parte da demanda. Em setembro passado, a Emergent Cold adquiriu instalações da Rio Bravo Logística em Duque de Caxias (RJ). Anteriormente, ela havia comprado a DMX Logística e a Martini Meat, com estruturas no Paraná e em Santa Catarina, além de ativos da XP Log no Recife. Em fevereiro de 2023, a empresa comprou dois armazéns de temperatura controlada da Reiter Log no Rio Grande do Sul. Ao todo, os investimentos no país somaram US$ 245 milhões. A companhia prevê desembolsar mais US$ 175 milhões no intervalo de 12 a 18 meses.

Agora, as oportunidades parecem mais claras em grandes centros de distribuição como Brasília (DF), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM) e Goiânia (GO). A companhia já está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Nos próximos anos, além da terceirização de operações, também deverá ganhar espaço a otimização de estruturas de armazenagem que já existem, com a adaptação das câmaras a diferentes propósitos, a depender da época do ano. No Brasil, há mais demanda para carnes, mas tem países que usam os armazéns uma parte do ano para frutas no pós-colheita e depois voltam-se para proteínas. O País tem uma capacidade de armazenamento de cerca de 6 milhões de metros cúbicos, de acordo com a Global Cold Chain Alliance (GCCA). Entre as principais empresas do segmento estão Local Frio, Brado Logística, com Frio, Martini Meat e Friozem, além da Emergent Cold. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.