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23/Jan/2024

Leite: preço ao produtor sobe com captação limitada

Depois de cair por seis meses consecutivos, o preço do leite captado em novembro subiu 1,3% na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul), chegando a R$ 1,9981 por litro. Esse valor, contudo, é 24,5% menor que o registrado em novembro/2022. E, no acumulado de 2023, a queda ainda é de 23,8%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de novembro/2023). Até outubro, a desvalorização do leite esteve atrelada ao excesso de oferta, em decorrência, por sua vez, do aumento da produção doméstica e das importações crescentes. Porém, a captação dos laticínios tem se desacelerado desde setembro, o que explica a mudança no comportamento dos preços em novembro.

Pesquisas ainda em andamento indicam que esse cenário altista deve permanecer pelo menos até o segundo bimestre de 2024, em razão da menor produção. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 0,7% de outubro para novembro, pressionado por recuos mais intensos nos Estados da Região Sul do País. Além da questão climática, as margens espremidas dos pecuaristas explicam a menor produção de leite. O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” seguiu em alta em dezembro, registrando aumento de 0,48%. No acumulado de 2023, o COE caiu 4,38% na “Média Brasil”, redução muito inferior à da receita, resultando em margens apertadas para os produtores. As margens brutas dos produtores devem ter recuado 67% em 2023, o que explica a diminuição dos investimentos na atividade e o enxugamento da oferta.

Com a queda no preço do leite, as importações chegaram a perder força em setembro, porém, voltaram a crescer nos meses seguintes, tendo em vista a limitação da captação. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as compras externas somaram 2,25 bilhões de litros em equivalente leite em 2023, volume 68,8% maior que o adquirido em 2022. Mesmo com a alta da matéria-prima, os laticínios não conseguiram fazer o repasse para os canais de distribuição em dezembro, e os preços dos lácteos voltaram a registrar quedas. A desvalorização dos derivados se explicou pela maior pressão dos canais de distribuição, aumento da disputa entre laticínios na venda e pela concorrência com os produtos importados. Porém, há indícios de que esse cenário mude em janeiro, diante da maior dificuldade das indústrias em assegurar a captação. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.