23/Jan/2024

Em 2023, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira acumulou queda de 4,38% na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Apesar da melhora em relação a 2022, quando o COE da atividade subiu 2,53%, os preços da matéria-prima caíram ainda mais, resultando em margens apertadas a produtores nacionais. A média mensal do leite cru captado por laticínios recuou expressivos 23,8%, em termos reais, no acumulado de 2023.

Desse modo, cálculos apontam para fortes quedas de 21% na receita total e de 67% na margem bruta (receita - COE) no ano, também considerando a “Média Brasil”. Esse cenário levanta preocupações sobre reinvestimentos no setor, uma vez que muitas propriedades estão apenas buscando o Breakeven, ao mesmo tempo em que a safra nacional 2023/24 de grãos enfrenta problemas, podendo impactar os preços dos concentrados, sendo este o maior custo na atividade.

Em dezembro, o COE da pecuária leiteira apresentou elevação de 0,48% na “Média Brasil”. Esse resultado esteve vinculado especialmente à valorização dos grãos no período. Os demais grupos de insumos registraram estabilidade. Pelo terceiro mês consecutivo, os valores dos insumos voltados à alimentação dos bovinos subiram na “Média Brasil”. Foram observadas altas em todos os Estados acompanhados, com destaque para São Paulo e Goiás. A escalada nos preços dos grãos, especialmente do milho, foi ainda mais intensa em dezembro, resultando no encarecimento dos concentrados.

O poder de compra do pecuarista leiteiro piorou 1% em novembro. Isso porque, apesar da recuperação na cotação do leite, de 1,6% frente ao mês anterior, o milho se valorizou mais, em 2,6%, no mesmo período. Assim, o produtor precisou de 30,4 litros de leite para adquirir 1 saca de 60 Kg do grão. O resultado ficou acima da média dos últimos 12 meses, de 27,5 litros/saca, seguindo o movimento iniciado em outubro de 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.