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18/Jan/2024

Boi: preço da carne valoriza mais que animal vivo

As habituais contas de janeiro pesam sobre o poder de compra do consumidor, e os cortes mais nobres do boi, que tiveram boa saída em dezembro, agora cedem espaço para os mais em conta e, também, para frango e suínos. Na parcial deste mês, enquanto o traseiro com osso e a ponta de agulha, prestigiados em churrascos, acumulam desvalorizações de 4,1% e de 7,6%, respectivamente, no atacado de São Paulo, o preço do dianteiro com osso sobe 3%, passando para R$ 13,66/kg. O valor médio do traseiro esteve a R$ 20,54/kg e o da ponta de agulha, a R$ 15,04. No balanço, o preço da carcaça casada de boi recua 2,6% neste início de ano, a R$ 17,15/kg, mas a média deste mês ainda está cerca de 1% superior à de dezembro. As variações do Indicador do Boi CEPEA/B3 são semelhantes.

No mês, o recuo é de 2,7%, mas, no comparativo mensal, o Indicador também está 1% acima do registrado em dezembro/2023, operando atualmente ao redor de R$ 250,00 – média que, vale lembrar, reflete a comercialização no estado de São Paulo tanto de bois para mercado interno quanto para exportação. O mercado de boi gordo vem observando incertezas de oferta, devido às questões climáticas, enquanto a demanda doméstica segue em ritmo estável, e as exportações, em alta. Desde março do ano passado que 15 quilos de carcaça casada com osso, no atacado de São Paulo, valem mais que a arroba de boi ao pecuarista de SP (Indicador CEPEA/B3). Na parcial de janeiro, a vantagem da carne sobre o animal para abate é de 8,76 Reais/arroba.

Até o começo de 2023, no entanto, o preço da arroba do boi para abate superava o da carne, e, com poucos meses de exceção, isso foi verificado por mais de dois anos. Essa mudança no comparativo de preços internos reflete o ciclo de baixa do mercado pecuário – maior oferta de animais, confirmada pelos números de abate do IBGE –, mesmo com as exportações seguindo bastante firmes. Em linha com o padrão de volume crescente e preços em queda visto em 2023, até a segunda semana de janeiro, foram exportadas 86,833 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 9,648 mil toneladas, segundo dados da Secex. Isso significa 25% a mais que a média de janeiro do ano passado, de 7,281 mil toneladas/dia e já sinaliza para recorde do mês.

Por outro lado, os preços pagos pela tonelada estão no patamar de US$ 4.500, ou seja, 6,5% a menos que em janeiro/2023. Além disso, o câmbio também reduz a receita do exportador, já que o Real está 6% mais valorizado do que há um ano. O ano está só começando. A carne brasileira está competitiva frente à de outros exportadores e a demanda deve continuar firme. No País, a perspectiva é de consumo em linha com a sazonalidade conhecida, sem sobressaltos. Já no lado da oferta, o cenário é incerto. O clima terá papel especialmente importante, num ano de El Niño forte, e produtores mostram maior cautela nos investimentos diante de preços ainda desafiadores face aos custos de produção. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.