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12/Jan/2024

Frango: enchente interfere nas exportações do RS

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou balanço sobre a exportação de carne de frango e derivados no Brasil. O País enviou 5,13 milhões de toneladas em 2023, o que representa uma alta de 6,6% sobre os 4,822 milhões de 2022. Na contramão destes dados figura o Rio Grande do Sul, o único estado a registrar queda. As indústrias do Estado enviaram 739 mil toneladas e fecharam os 12 meses com recuo de 2,13% em comparação com 2022. Estes números colocaram o Rio Grande do Sul na terceira posição entre exportadores.

O Vale do Taquari, que responde por 21% da produção avícola do Estado, foi fortemente afetado pelas enchentes que ocorreram nos meses de setembro e novembro. Estas cheias e a instabilidade econômica ajudaram a puxar um recuo na exportação. A Organização Avícola do Rio Grande do Sul, das entidades membros, como a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Rio Grande do Sul, explicam o que motivou esta queda. Além disso, falam sobre as perspectivas para 2024.

Quais foram os fatores que provocaram este recuo do Rio Grande do Sul nas exportações de 2023? De que forma o Vale do Taquari interferiu nisso?

Organização Avícola do Rio Grande do Sul: Temos no Vale do Taquari algumas empresas exportadoras na área da avicultura, como Minuano, BRF, Dália Alimentos e Languiru, esta que diminuiu, mas manteve a sua participação nas exportações. O setor fechou o ano com uma queda de 2,13% e isso não estava nas nossas previsões, pelo contrário, nós vínhamos numa crescente até junho, julho e agosto, mas depois disso, com os efeitos climáticos que tivemos na região do Vale do Taquari e problemas econômicos em algumas empresas do setor, acabamos reduzindo o nosso volume previsto. As indústrias, com cautela, em detrimento dos custos elevados e pela instabilidade econômica, diminuíram por conta própria a sua produção e tudo isso refletiu nesse resultado. O faturamento caiu na ordem dos 3.9%, de R$ 1,5 bilhão em 2022 para R$ 1,4 bilhão em 2023. Havia previsão de crescer em média 3%, mas apesar da queda mantemos a nossa posição como o terceiro maior exportador do Brasil.

Quais são as perspectivas para 2024?

Organização Avícola do Rio Grande do Sul: Acredito que em 2024 a gente possa recuperar os volumes que nós deixamos de exportar. Estamos fazendo um trabalho de prospecção de mercados por parte da nossa federação, que é a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Além disso, o setor vai ter que se adequar cada vez mais às situações que vivemos aqui, mas o setor é altamente produtivo com mão de obra qualificada, aparato industrial moderno, com sistema de produção rígido e principalmente controle sanitário no Rio Grande do Sul, que comprovaram a eficácia quando tivemos a entrada da Influenza Aviária. Nós tivemos dois casos em aves silvestres no Estado, mas as ações do Governo e das entidades conseguiram restringir estes casos, não afetando a avicultura industrial. Temos um ano desafiador, onde temos que buscar a estabilidade econômica no país. O setor vai continuar prospectando mercados, vamos tentar o diálogo com o governo do Estado para manter os incentivos fiscais, pois nós dependemos deles para nos mantermos na linha da competição. Tudo isso vai definir o rumo do setor avícola. Mas, o mundo precisa cada vez mais de alimentos. A gente tem as adversidades, as crises no exterior, no Oriente Médio e a Guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, que nos preocupam, mas o mundo não deixa de comer.

Fonte: Rádio Independente.