11/Jan/2024

Dados divulgados neste mês pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as exportações brasileiras de carne bovina in natura foram recordes em 2023, confirmando as expectativas de agentes do setor pecuário. Apesar da suspensão dos envios de carne à China entre meados de fevereiro/2023 e março/2023, o ritmo intenso de embarques no segundo semestre garantiu o resultado histórico anual. De janeiro a dezembro 2023, o Brasil exportou 2,006 milhões de toneladas de carne bovina in natura, 0,52% acima do até então recorde, verificado em 2022, quando 1,996 milhão de toneladas foram escoadas. No balanço do primeiro semestre de 2023, o volume exportado estava 5,32% abaixo do mesmo período do ano anterior, mas, na segunda metade do ano, a quantidade escoada superou em 5,7% a de julho a dezembro/2022.

O histórico resultado dos embarques brasileiros em 2023 se deve aos envios à China, que foi destino de mais da metade do volume escoado pelo Brasil no ano passado. O país asiático recebeu 52,2% do total exportado. Vale lembrar que, em 2022, a participação chinesa chegou a 54,6%. Em dezembro, especificamente, as vendas externas atingiram recorde mensal: foram 208,44 mil toneladas exportadas no mês, 11% mais que em novembro/2023 e 36,41% superior a dezembro de 2022. Para se ter uma dimensão desse volume, o Brasil havia escoado quantidade mensal acima de 200 mil toneladas apenas uma vez na história, em agosto de 2022, de 203,23 mil toneladas. A receita com as vendas externas somou R$ 47,39 bilhões em 2023, sendo 22,4% abaixo da de 2022.

Essa forte retração esteve diretamente atrelada ao menor preço pago pela carne bovina brasileira, especialmente entre agosto e setembro, quando a carne bovina foi negociada abaixo de US$ 4.600,00 por tonelada. A média de 2023 esteve em US$ 4.750,00 por tonelada bem inferior ao patamar verificado no ano anterior, de US$ 5.900,00 por tonelada. A diminuição no valor da carne, por sua vez, se deve à pressão exercida pela China. O preço da carne enviada ao país asiático caiu quase 25% entre 2022 e 2023. O forte aumento das vendas nos últimos meses de 2023 ajudou a enxugar o montante disponível de carne bovina no mercado doméstico, o que sustentou os valores de negociação do boi gordo e cenário que segue sendo verificado neste início de 2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.