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24/Jul/2019

Suíno: EUA buscam mercado livre de ractopamina

Este pode parecer um momento pouco provável para que agricultores dos Estados Unidos se voltem à China para mais negócios, mas o impacto devastador da peste suína africana sobre a indústria de suínos chinesa está se sobrepondo às preocupações a respeito das disputas comerciais e tarifas. A doença deverá afetar cerca de um terço da produção de suínos da China neste ano, ou 18 milhões de toneladas, o que representa duas vezes a quantidade de carne suína exportada mundialmente a cada ano. A guerra comercial norte-americana com a China inicialmente forçou os exportadores de suínos dos Estados Unidos a vasculhar o mundo por novos mercados, mas à medida que a crise da peste suína se aprofunda, eles se preparam para novas oportunidades de fornecer ao mercado chinês ainda neste ano e no próximo. A grande questão para os criadores de suínos norte-americanos está no fato de que, se quiserem se aproveitar do avanço na demanda chinesa pelo produto, não podem alimentar seus animais com a substância usada para crescimento ractopamina, amplamente adotada nos Estados Unidos, mas proibida na China.

Nos últimos anos, a União Europeia forneceu 65% das importações de carne suína pela China, com os maiores vendedores sendo Alemanha, Espanha, Holanda e Dinamarca, segundo dados alfandegários chineses. A demanda potencial é tão grande, entretanto, que a UE sozinha não pode supri-la. Assim, os produtores norte-americanos de suínos livres de ractopamina podem se beneficiar, seja fornecendo à China, seja compensando déficits em outras regiões que miram no mercado chinês. A Smithfield Foods, pertencente ao chinês WH Group, já abate suínos sem a droga em suas fazendas e em estabelecimentos contratados. A Smithfield está reconfigurando suas operações de processamento nos Estados Unidos para direcionar carne à China, que produzia metade da carne suína mundial antes da peste africana dizimar a indústria. A guerra comercial em andamento entre Pequim e Washington afetou as exportações de suínos dos Estados Unidos à China no ano passado, quanto a fatia de mercado recuou para 7%, ante 14% no ano anterior, segundo dados alfandegários do país asiático.

Conforme a peste suína africana se espalhava pela China durante o segundo semestre de 2018, porém, as expectativas por uma aceleração na demanda voltaram a crescer, ainda que as taxas sobre a carne suína norte-americana exportada à China tenham sido elevadas de 12% para 62% no ano passado, como parte das sanções comerciais retaliatórias. Os produtores de suínos dos Estados Unidos já se beneficiaram indiretamente da peste suína, uma vez que o surto da doença na Ásia levou os preços dos suínos, em geral, a subirem. Os avanços nos preços eram extremamente necessários, pois muitos produtores norte-americanos haviam expandido produção para fornecimento a uma série de novas unidades processadoras nos Estados Unidos, justamente no momento que as disputas dos Estados Unidos com México e China atingiram os volumes de comércio. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.