19/Jul/2019
Em São Paulo, no atacado, ao longo do primeiro semestre, como tipicamente observado neste período, os preços do traseiro recuaram 12%, enquanto os do dianteiro subiram 22%. Esse cenário manteve praticamente estável os valores da carcaça casada bovina, que, vale lembrar, é formada por 48% de traseiro, 38% de dianteiro e 14% de ponta de agulha. Diante disso, ao longo de todo este ano, a carcaça casada bovina tem sido negociada na casa dos R$ 10,00 por Kg. A cotação atual é de R$ 10,56 por Kg. A última vez que a carcaça foi negociada abaixo desse patamar foi entre o encerramento de outubro e o início de novembro de 2018, período em que a média foi de R$ 9,89 por Kg. Daqui para a frente, tendo como base a série histórica do Cepea, o que deve ser observado é uma recuperação nos preços do traseiro e recuo nos preços do dianteiro, ou seja, contexto contrário do observado na primeira metade do ano.
Nesse sentido, como a representação do traseiro na carcaça casada do boi é maior que a do dianteiro, a tendência é de que os preços da carcaça subam ao longo do segundo semestre, ou ao menos se mantenham firmes. Além disso, as exportações de carne bovina tendem a crescer nos últimos meses do ano, contexto que enxuga a disponibilidade doméstica e eleva os preços internos. Por outro lado, o poder de compra da população nacional ainda fragilizado pode limitar o consumo interno da carne e, consequentemente, essa possível reação nos preços da carcaça. No segundo semestre de 2018, o preço do traseiro registrou recuperação de quase 26%, ao passo que o dianteiro se desvalorizou 7,62%. Em 2017, o mesmo movimento foi o mesmo, com alta de 23% na cotação do traseiro e queda de 7,12% na do dianteiro.
Em 2016 e 2015, as elevações foram, respectivamente, de 20,6% e de 11,7% nos valores do traseiro, enquanto as baixas nos do dianteiro foram de 15,3% e de 4,8%. Os valores da carcaça casada do boi, por sua vez, subiram 12% ao longo do segundo semestre do ano passado, 11% em 2017, 6% em 2016 e 5,73% em 2015. Todas as variações desta análise foram realizadas com preços nominais. Quanto às exportações de carne bovina, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros nove dias úteis de julho, os embarques brasileiros de carne bovina in natura somaram 49,02 mil toneladas. A média diária das exportações está em 5,44 mil toneladas. Assim, caso esse ritmo se mantenha, o Brasil pode embarcar 119,83 mil toneladas em julho, 7,46% acima do registrado em junho/2019, mas 8,45% inferior ao de julho/2018. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.