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06/Jun/2019

Boi: vendas externas favorecem o setor pecuário

Os números de exportações de carne bovina in natura nos primeiros cinco meses deste ano seguem favoráveis ao setor pecuário nacional. No período, a receita em moeda nacional foi recorde e o volume embarcado, menor apenas que o de 2007, quando o Brasil exportou quantidade recorde. Esse bom desempenho das vendas externas vem dando sustentação aos preços no mercado brasileiro. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a maio, os embarques de carne bovina in natura totalizaram 567,2 mil toneladas, 18,24% acima do mesmo período de 2018 e apenas 4,39% abaixo do recorde de 2007 (de 593,28 mil toneladas). Quanto à receita em moeda nacional, soma R$ 8,23 bilhões neste ano, sendo 25,7% superior à de janeiro a maio de 2018 e um recorde para o período. O montante recebido neste ano representa quase o triplo do obtido em 2007. Neste caso, o dólar elevado (a média de maio foi de R$ 4,00) e o maior patamar do preço (enquanto nos primeiros cinco meses de 2007 a carne era negociada em torno de US$ 2.500,00 por tonelada, em 2019, está em US$ 3.700,00 por tonelada) explicam esse resultado.

Considerando-se apenas o mês de maio/2019, o volume embarcado somou 121 mil toneladas, altas de 10,16% frente a abril e de 33,59% em relação a maio do ano passado. Quanto à receita, totalizou R$ 1,87 bilhão em maio, 15,7% acima da de abril e 36,36% superior à de maio/2018. Trata-se, também, do maior montante mensal deste ano. Além do dólar elevado, que leva exportadores a vender ao mercado internacional a preços competitivos, os bons resultados com os embarques estão atrelados à demanda aquecida por parte de países asiáticos. Por esse motivo, nesta semana, o setor se assustou com notícias indicando um caso atípico de “vaca louca” em Mato Grosso. Como medida preventiva adotada pelo Ministério da Agricultura, os embarques de carne bovina à China, um dos principais destinos da proteína nacional, atrás apenas de Hong Kong, foram suspensos. Essa paralisação, que atende a uma cláusula do acordo sanitário entre o Brasil e o país asiático, duraria pelo menos um mês, mas o governo espera que esse período seja menor.

No mercado físico nacional, o que se observou foi uma forte retração de agentes, que temiam a reação do mercado internacional diante da notícia da “vaca louca”. Esse contexto acabou pressionando fortemente os valores da arroba. Com isso, o preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 149,95 por arroba, queda de 1% nos últimos sete dias. Apenas no dia 4 de junho, a queda foi de quase 3%. Quanto à carne negociada no atacado em São Paulo, a carcaça casada de boi registra leve desvalorização de 0,09% nos últimos sete dias, negociada a R$ 10,63 por Kg. No mesmo comparativo, enquanto o preço do traseiro apresenta alta de 0,24%, os do dianteiro e da ponta de agulha acumulam quedas de 0,44% e 0,22%, respectivamente. A carcaça casada de vaca registra alta de 0,1% nos últimos sete dias, cotada a R$ 9,87 por Kg. No mercado de reposição, o Indicador ESALQ/BM&F do bezerro (nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) apresenta avanço de 0,84% nos últimos sete dias, cotado a R$ 1.288,63. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.