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04/Jun/2019

Boi: Brasil deve elevar exportação de carne à China

Segundo relatório do Rabobank, a lacuna de oferta de proteína aberta pela peste suína africana deve estimular as exportações brasileiras de carne bovina. No início de maio, também em relatório sobre o mercado de carnes, o banco já havia destacado o espaço à carne suína do Brasil pela doença que atingiu planteis em países asiáticos. No caso da carne bovina, tanto a indústria quanto os produtores devem ser beneficiados pelo maior interesse de importadores. Quanto ao mercado doméstico, a perspectiva é menos otimista: ainda deve levar algum tempo para que o consumo per capita do País volte aos níveis pré-crise, e cita as revisões para baixo da expectativa de crescimento do PIB em 2019 e o alto índice de desemprego (cerca de 12%) como obstáculos para uma retomada mais rápida.

O preço do boi gordo no Brasil deve aumentar no segundo semestre, por causa do crescimento lento na oferta e pela melhora na demanda, além das perspectivas positivas para as exportações. Na exportação, é destaque o aumento da procura por países asiáticos, principalmente a China, pelos cortes mais baratos, que costumam ser usados para fazer carne moída. O aumento se deve à maior demanda por consumo de carne no estilo ocidental e pelo crescimento no número de restaurantes fast food na região. O preço relativamente baixo desses cortes também é apresentado como uma vantagem, permitindo concorrer com a carne suína nos lares chineses. No gigante asiático, os preços da carne bovina devam se manter altos até 2020, impulsionados pelo maior consumo e pelos preços da carne suína, que também estão altos.

Embora haja maior desejo de consumo por parte dos chineses, a produção de carne bovina do país não deve crescer muito, por causa do ciclo longo e da forte competição externa. No primeiro trimestre de 2019, de acordo com o governo chinês, a produção cresceu 1,7% ante o ano anterior, para 1,67 milhão de toneladas. Nesse mesmo período, as importações de carne bovina do país cresceram 47%, alcançando 311.000 toneladas. Nos Estados Unidos, a situação para a carne bovina é vista como incerta. Pelo lado baixista, há um número recorde de gado em confinamento e produção de proteína nas máximas históricas, além do aumento nos preços dos grãos devido aos problemas de plantio. Entretanto, a peste suína africana pode dar suporte ao mercado, com aumento das importações da China e do Vietnã até 2020. As incertezas comerciais entre Estados Unidos e China só aumentam a volatilidade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.