03/Jun/2019
A fraca demanda por carne bovina no atacado tem ditado a comercialização de bois gordos no físico em várias regiões do País. Além disso, os frigoríficos estão em situação confortável em relação à oferta de bois terminados, já que a manutenção dos bovinos no pasto começa a ficar difícil em função do avanço do clima seco e de dias mais curtos nas regiões produtoras. Desta maneira, a tendência de queda da arroba do boi gordo se acentua. A chance de reversão da tendência é o início do mês de junho, com o pagamento de salários, que pode melhorar o escoamento de carne bovina e, consequentemente, aumentar a demanda no físico.
Os frigoríficos exportadores, porém, conseguem atenuar a baixa demanda interna da proteína com a exportação de carne. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas primeiras quatro semanas de maio, o Brasil embarcou 101,2 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 6 mil toneladas, volume 13,9% maior em relação à média de abril/2019 e aumento de 38,1% na comparação anual. Caso o ritmo de embarques continue, o Brasil exportará 130,99 mil toneladas de carne in natura no mês, o melhor resultado para o mês de maio, além do maior volume embarcado até agora em 2019.
Em São Paulo, o que evita altas é a dificuldade de escoar a carne. Além disso, as programações de abate estão relativamente confortáveis, em torno de seis dias úteis. Há indústrias com escalas maiores fora das compras. No Estado, o boi gordo está cotado a R$ 153,50 por arroba à vista e entre R$ 154,00 e R$ 155,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, os frigoríficos têm escalas de abate suficientes até o dia 20 de junho. Em Mato Grosso do Sul, a oferta de bois começa a arrefecer, mas, ao mesmo tempo há uma movimentação de dispersão dos frigoríficos. Na Bahia, a cotação do boi gordo é de R$ 148,00 por arroba à vista e R$ 149,50 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada de boi castrado está cotada a R$ 9,88 por Kg.