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03/Jun/2019

Carnes: BRF e Marfrig avaliam efetivar uma e fusão

A BRF e a Marfrig anunciaram que os conselhos de administração das companhias autorizaram a assinatura de um Memorando de Entendimentos que estabelece regras e condições para viabilizar uma operação de combinação de negócios entre as duas. O acordo prevê que, por 90 dias, prorrogáveis por mais 30, nenhuma das partes pode negociar com outras companhias. As empresas deixaram claro que se trata de conversas e que o acordo pode acabar não acontecendo. De acordo com os comunicados, não há estrutura societária definida para a combinação, porém, a avaliação preliminar resultaria na atribuição de 84,98% de participação acionária para a BRF e 15,02% para a Marfrig. O valor de mercado atual da BRF é de R$ 23,5 bilhões e o da Marfrig, de R$ 4,2 bilhões. A combinação criaria uma empresa líder global e com menos riscos setoriais, por causa do caráter complementar das atuações.

A BRF afirmou ainda que a transação, se completada, reforçará o compromisso com a redução da alavancagem financeira. A companhia resultante da fusão terá 136 fábricas e 137 mil funcionários. Com a união dos negócios, a gigante das carnes ficará atrás somente da JBS, da norte-americana Tyson Foods e da chinesa Smithfield. As conversas entre as companhias começaram nos últimos meses. No fim do ano passado, a BRF vendeu sua fábrica da Argentina, a Quickfood, para a Marfrig, que também ficou com a fábrica de carne processada de Mato Grosso da BRF. A Marfrig fornece carne bovina para a produção de alimentos industrializados, como hambúrgueres, à BRF. O banco JP Morgan deverá ser contratado para assessorar a Marfrig no processo, e o Citi, para assessorar a BRF. A BRF, que enfrenta dificuldades financeiras e de operação há dois anos, com prejuízo acumulado de R$ 5,5 bilhões em 2017 e 2018, espera que a combinação reduza a exposição a riscos setoriais e gere alguns ganhos de sinergia.

A Marfrig, que nos últimos anos passou a vender negócios para reduzir suas pesadas dívidas, expandirá suas áreas passando a ser produtora de frango e carne suína. As companhias informaram esperar sinergias operacionais e financeiras em virtude do equilíbrio e complementariedade de produtos, serviços e diversificação geográfica com relevância no Brasil, Estados Unidos, América Latina, Oriente Médio e Ásia. A união dos negócios é vista pelo mercado como porta de saída dos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobrás), que são os principais acionistas da BRF, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos maiores sócios da Marfrig. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.