27/Mai/2019
A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) fez um balanço detalhado da viagem a Japão, China, Vietnã e Indonésia. Em relação à habilitação de novas plantas para exportação de carnes à China, Tereza Cristina afirmou que pediu ao governo do país a abertura de um canal de negociação estreito e permanente, sugerindo que as equipes técnicas dos dois países façam missões a cada dois ou três meses. A necessidade de carne que a China tem, o mundo inteiro, junto, não terá condições de suprir. A peste suína africana está impactando o país. Se o Brasil tivesse mais 20 plantas para habilitar na área de suínos, haveria chance de exportar. Mas, é preciso seriedade e cumprir o que está no protocolo de exportação com a China. A China deve perder o equivalente a 13% do mercado interno de carnes. É um número significativo e essa proteína vai ter de ser suprida por bovinos e aves.
O Brasil tem suínos, mas é pouco diante do tamanho e diante da necessidade do mercado chinês e de outros países da Ásia que estão com o mesmo problema, afirmou Tereza Cristina. Segundo a ministra, inicialmente os chineses se dispuseram a habilitar mais 20 plantas de frigoríficos brasileiros, mas ela disse achar pouco, pelo tamanho do mercado brasileiro de carne bovina. O Brasil tem 210 milhões de cabeças e abate, por ano, 30 milhões de cabeças. Ela pediu uma abertura maior aos chineses, e ficou acertado que caberá ao Ministério da Agricultura brasileiro atestar oficialmente as plantas que estão aptas à exportação, tendo cumprido os protocolos assinados com os chineses e com os mais variados países do mundo.
O Ministério da Agricultura deverá dar a confiança de que eles estão comprando de uma planta habilitada, com credibilidade para cumprir os protocolos. Houve muito cuidado nesta negociação e as perspectivas são positivas. A ministra convocou uma reunião com os representantes das associações de frigoríficos para discutir os critérios para habilitação e quantas plantas serão habilitadas para exportação à China quando o governo daquele país formalizar o pedido. A ministra disse que, na reunião com os chineses, também tratou sobre exportação de laranja, açúcar, carne de frango, melão e outros produtos. O objetivo é agregar valor aos produtos brasileiros, porque na balança tem muitos produtos sem agregação de valor. No Vietnã, Tereza Cristina disse ter recebido uma grata surpresa nas negociações, que incluíram até uma reunião com o primeiro-ministro.
O país também vai se abrir, ainda este ano, para as exportações de carne brasileiras, inclusive para o boi vivo e, além disso, se propõe a comprar melão e vender camarão para o Brasil. A Indonésia, segundo a ministra, também tem interesse na carne brasileira, porque a Austrália, grande fornecedora para o Sul da Ásia, está enfrentando problemas de inundação, que provocaram perda de rebanho. Com o Japão, a ministra ressaltou a retomada da confiança que o Brasil perdeu em governos anteriores, e que prejudicam o comércio bilateral. Ela afirmou que foi iniciada uma conversa sobre abertura do mercado japonês aos produtos lácteos brasileiros e as frutas tropicais do Brasil. Existem mais de 300 produtos que podem ser exportados para o Japão. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.