09/Mai/2019
A menor produção de carne suína na China, devido aos casos de Peste Suína Africana (PSA), tem impulsionado de forma significativa as exportações de proteínas brasileiras, justamente para suprir parte da demanda do país asiático. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne suína escoado à China em abril foi o segundo maior da série histórica, iniciada em 1997, atrás apenas da quantidade de julho/2018 (quando, vale lembrar, a Secex realizou alterações metodológicas). De março para abril, as vendas da proteína com destino à China tiveram incremento de expressivos 22,3%, totalizando 15,9 mil toneladas no último mês. Com este avanço, o país ampliou em 4% a participação nas vendas externas de carne suína brasileira. Assim, enquanto em março a China foi destino de 24% das exportações nacionais de carne suína, em abril, passou para 28%. Além da maior quantidade importada, em abril, o país asiático pagou 11% mais caro pela proteína suína brasileira.
Considerando-se a carne congelada, que representa quase a totalidade das importações chinesas, o preço médio passou de US$ 2,05 por Kg em março para US$ 2,28 por Kg em abril, o maior valor desde abril/2018, quando atingiu US$ 2,54 por Kg. Considerando-se todos os destinos, as exportações brasileiras de carne suína aumentaram 6% de março para abril, totalizando 57,5 mil toneladas no último mês. O faturamento com esse volume foi de US$ 119 milhões, avanço de 12% no mesmo comparativo. Por sua vez, a alta na taxa de câmbio impulsionou ainda mais a receita em Reais, que somou R$ 464 milhões em abril, alta de 14% frente ao mês anterior. O bom desempenho do setor exportador esteve também atrelado aos maiores volumes escoados para Hong Kong e ao Uruguai. De março para abril, Hong Kong ampliou suas compras em 8%, com 13,9 mil toneladas em abril. No mesmo comparativo, as vendas ao Uruguai avançaram expressivos 44%, indo para 4,4 mil toneladas.
Com este volume, o país foi o terceiro principal destino da carne suína brasileira em abril. Por sua vez, o volume importado pela Rússia no mês passado foi o menor desde dezembro/2018, quando o país voltou a comprar a carne brasileira com mais intensidade, após o fim do embargo que perdurava desde dezembro/2017. De março para abril, as importações russas caíram fortes 39%, totalizando 4 mil toneladas no último mês. No mercado atacadista, a proximidade do Dia das Mães e o típico aquecimento das vendas internas em início de mês têm elevado os preços das carnes brasileiras nesta semana. Em São Paulo, no atacado, a carcaça especial registra valorização de 2,4% nos últimos sete dias, cotada, em média, a R$ 6,54 por Kg. O preço da carcaça comum, por sua vez, teve leve alta de 0,1%, para R$ 6,32 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.