24/Abr/2019
Atentos à demanda por carne que tende a aumentar no início do mês, as indústrias estão gerindo estoques e formando escalas de abate. Nesta última semana de abril, a tendência é de esfriamento no consumo interno, devido ao baixo poder aquisitivo da população. O volume exportado, ainda que positivo, não deve ser suficiente para manter os preços da arroba firmes caso a oferta de boiadas aumente. Em São Paulo, os frigoríficos com estoques menores elevam as indicações pelo boi gordo. A cotação atual é de R$ 157,50 por arroba à vista e entre R$ 158,50 e R$ 160,00 por arroba a prazo. Outras indústrias se mantêm fora das compras, aguardando definições mais claras sobre o mercado. Os frigoríficos de grande porte em São Paulo têm programações de abate até a próxima semana, abastecidos com bovinos trazidos de outros Estados. As indústrias de pequeno e médio porte estão tendo que aumentar suas indicações para conseguir fechar as programações desta semana.
Na ponta da oferta, os volumes de chuvas nas principais regiões pecuárias permitem uma venda compassada da produção e evitam pressões negativas na arroba no curto prazo. Por causa dessa disputa entre frigoríficos e pecuaristas, as cotações da arroba devem apenas oscilar nesta semana. Sobre o mercado futuro, a relação de troca tem se fortalecido, o que melhora a rentabilidade de uma terminação com suplementação. Este contexto é favorável para os pecuaristas que pretendem optar pelos sistemas de confinamento e semiconfinamento no fim do ciclo pecuário. Em São Paulo, no atacado, a fraca demanda desta segunda quinzena pode gerar uma tendência baixista em função do menor poder aquisitivo da população. O corte traseiro segue estável a R$ 11,90 por Kg e o dianteiro está cotado a R$ 9,50. A carne bovina com osso e o boi casado de animais castrados permanecem cotados a R$ 10,42 por Kg.
No cenário internacional, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne bovina in natura embarcado pelo Brasil até o dia 18 de abril já supera o total exportado nos 30 dias de abril do ano passado. O País enviou ao exterior 70,97 mil toneladas da proteína, 1,25% mais que as 70,09 mil toneladas exportados em abril de 2018. A receita nos 18 dias de abril é de US$ 265,31 milhões. A média diária embarcada foi de 5,07 mil toneladas, queda de 18,74% em relação à média de março deste ano, mas com avanço de 51,87% frente ao desempenho de mesmo período de 2018. O preço médio foi de US$ 3.738,62 por tonelada, leve alta de 0,48% em relação a março e recuo de 6,60% quando comparado com o valor médio de abril do ano passado. Se o ritmo diário se mantiver até o fim deste mês, deverão ser exportadas 96,31 mil toneladas de carne in natura, volume 37,4% maior ante o embarcado em abril/2018.