18/Dec/2025
A StoneX projeta crescimento moderado da demanda por combustíveis do Ciclo Otto no Brasil em 2026, estimado em 1,5%, com o consumo total atingindo 61,7 bilhões de litros, novo recorde. A expansão mais contida reflete a expectativa de desaceleração da atividade econômica, apesar de um cenário de inflação mais baixa e possível redução dos juros. Nesse horizonte, a previsão é de uma retomada mais clara do etanol hidratado, com volumes acima dos registrados em 2024 e recomposição do mix de combustíveis. A participação do biocombustível no Ciclo Otto deve subir para cerca de 29% em 2026, com demanda estimada em aproximadamente 21,6 bilhões de litros ao longo do ano. Ao mesmo tempo, as vendas de gasolina C tendem a se estabilizar, com crescimento de apenas 0,6% e demanda projetada em 46,5 bilhões de litros, reduzindo sua participação para cerca de 75,3%. O fim de 2025 ainda será marcado por restrições no consumo de etanol.
As vendas de etanol hidratado somaram 15,7 bilhões de litros em 2025 até outubro, queda de 2,16% na comparação anual. No entanto, os dois últimos meses do ano já devem sinalizar uma mudança clara de tendência, com restrição mais significativa do consumo no primeiro trimestre de 2026 diante do avanço dos preços. Para 2025, a StoneX manteve em 60,8 bilhões de litros a projeção de demanda por combustíveis do Ciclo Otto no Brasil, o que representa crescimento de 2% em relação a 2024. A estimativa confirma a leitura de estabilidade dos fundamentos do mercado de combustíveis leves e incorpora a resiliência recente do etanol hidratado, que tem limitado uma migração mais intensa do consumo para a gasolina. A principal revisão no cenário está relacionada ao desempenho do etanol hidratado no mix do Ciclo Otto. A resiliência do etanol hidratado observada nos últimos meses, com a paridade permanecendo abaixo de 70% em importantes regiões consumidoras, tem limitado a queda da demanda além do que era inicialmente esperado.
Com isso, foi revisada a retração esperada do consumo de etanol hidratado em 2025 para 4%, ante uma estimativa anterior de queda de 4,8%. No agregado nacional, a demanda pelo biocombustível deve recuar de 21,7 bilhões de litros em 2024 para 20,8 bilhões de litros em 2025, reduzindo sua participação no Ciclo Otto de 25,5% para 24,0%. Ainda assim, o desempenho do etanol seguirá mais resiliente no Centro-Sul, onde a participação deve se manter próxima de 28,6% no próximo ano. A gasolina C, por sua vez, segue em trajetória de recuperação em 2025. A projeção é de alta de 4,1% na demanda em 2025, alcançando 46,2 milhões de m³ no Brasil. Esse crescimento tende a ser parcialmente limitado pelo melhor desempenho do etanol no Centro-Sul, principal região produtora e consumidora do biocombustível. No Norte-Nordeste, a demanda por gasolina também avança, acompanhando o crescimento do consumo total do Ciclo Otto na região. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.