11/Dec/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na terça-feira (09/12), ter dito ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, como parte da cooperação para combater o crime organizado, o governo norte-americano deveria prender um "portador de combustível fóssil" que vive em Miami, numa referência indireta ao empresário Ricardo Magro, dono da Refinaria de Manguinhos e controlador do Grupo Refit. Lula relatou ter telefonado a Trump para discutir uma cooperação entre os dois países no combate ao crime organizado e encaminhar uma proposta brasileira nessa área. Segundo ele, o empresário está entre "os grandes chefes do crime organizado do País" e teve cinco navios apreendidos pela Receita Federal. O Grupo Refit é apontado como o maior devedor de ICMS em São Paulo e um dos maiores no Rio de Janeiro e na União, além de ser alvo de investigações por prejuízos bilionários aos cofres públicos.
Em novembro, a juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo, classificou Magro como "líder" e "figura central" de uma suposta organização criminosa para sonegação bilionária de tributos. Em sua defesa, a empresa afirmou que todos os tributos estão devidamente declarados, não havendo que se falar em sonegação, e que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo estão sendo questionados pela companhia judicialmente, "exatamente como fazem inúmeras empresas brasileiras que divergem de uma cobrança tributária, incluindo a própria Petrobras, maior devedora do Estado do Rio de Janeiro". Empresário e ex-advogado, Magro é responsável pelo Grupo Refit (nome fantasia da Refinaria de Manguinhos), alvo de uma megaoperação da Polícia Civil de São Paulo, da Receita Federal e do Ministério Público no mês passado.
Endereços ligados à família de Magro foram alvo de busca e apreensão. O empresário não estava no Brasil. A Refinaria de Manguinhos entrou no radar das autoridades após a deflagração da Operação Carbono Oculto, em agosto deste ano. As autoridades investigam se o combustível da Refit abasteceria redes de postos de gasolina controladas pelo PCC. Em outubro, a Receita Federal apreendeu dois navios com carga que ia para Manguinhos. O empresário ganhou destaque no noticiário de negócios em 2008, quando comprou a Refinaria de Manguinhos. Em recuperação judicial, ela foi rebatizada de Refit, e já enfrentava processos de cobranças de impostos e investigação do Ministério Público. O empresário também atuou como advogado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (Republicanos-RJ). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.